Arquivo

Diário de uma guardense na América

Sara Crespo está a frequentar um programa de intercâmbio internacional e tem partilhado a experiência na página “140 days of Wichita”

Chegou aos Estados Unidos da América no dia 26 de janeiro, sentou-se à frente do computador e começou a contar a sua aventura a quem a quisesse “ouvir”. É na página “140 days of Wichita” (140 dias de Wichita), no Facebook, que a guardense Sara Crespo, de 20 anos, partilha a sua mais recente experiência no estrangeiro. A jovem, que frequenta o terceiro ano do curso de Gestão, estuda desde os 18 anos na Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha), onde até fez história: foi a primeira portuguesa a tempo inteiro na faculdade e integrou a primeira turma com o curso lecionado em inglês.

Desta vez, o espírito aventureiro levou-a mais longe, até à Wichita State University, no estado do Kansas. «O programa que estou a frequentar é uma versão internacional, semelhante ao Erasmus, e candidatei-me por “descargo” de consciência, pois pensava que não ia conseguir entrar», confessa Sara Crespo a O INTERIOR. Curiosamente, também é a primeira portuguesa a ingressar naquela universidade, acrescenta a jovem, que ali vai viver durante um semestre. Ainda assim, a distância é encurtada pela página “140 days of Wichita”, onde a guardense mantém o contacto com a família, os amigos e alguns curiosos que acompanham a sua residência em terras do “tio Sam”. «Os meus leitores regulares são os amigos e a família, que me apoiam muito nestas aventuras, mas de vez em quando há quem lá vá parar por engano», brinca Sara Crespo. O objetivo da página era retratar «as vivências e as diferenças que há entre os EUA e a Europa, bem como ter um “diário de bordo” onde pudessem ir sabendo de mim», refere a estudante.

Quando estudou em Barcelona Sara Crespo não sentiu esta “urgência” de relatar o seu dia-a-dia, talvez porque «é tudo bastante semelhante» ao nosso país. Já Wichita, a cidade mais populosa do Kansas, não é muito visitada por portugueses, o que torna este projeto ainda mais aliciante: «É uma cidade onde nunca ninguém vem quando visita os EUA, por isso ilustra novas realidades», justifica a jovem, ressalvando que «estar longe de casa não é novidade, mas sim o país e a cultura». A guardense descreve os americanos como «simpáticos» e destaca a «família» dos alunos de intercâmbio. «Gosto de publicar um pouco dos meus dias, factos relevantes, coisas que tenha notado serem diferentes», adianta, sublinhado que as fotografias também desempenham um papel importante. Já publicar um livro ou levar a página mais a “sério” ainda não está nos seus planos, até porque «há muitos trabalhos de casa e pouco tempo livre», assevera.

«Acho que todos os que me forem seguindo vão acabar por fazer esta viagem comigo», considera Sara Crespo, que estudou na Secundária da Sé – onde presidiu à Associação de Estudantes. Quanto a optar pelo estrangeiro ou pela Guarda, «só pode ser respondido com o tempo», defende a guardense, que pode acompanhar em www.facebook.com/140daysofwichita.

Sara Quelhas Sara Crespo (no centro) com duas amigas francesas, uma sueca e uma nigeriana

Sobre o autor

Leave a Reply