Arquivo

Desporto e aventura dominaram Cortes do Meio

Raid Aventura atraiu cerca de cem jovens de todo o país durante o último fim-de-semana

A animação e o desporto de aventura dominaram a freguesia de Cortes do Meio, Covilhã, no último fim-de-semana, durante a realização da terceira edição do Raid Aventura, organizado pela Estrela Polar – Companhia de Acção e Aventura e pela Junta de Freguesia local.

Escalada, BTT, slide, paintball, tiro ao alvo, rappel, tirolesa e orientação foram algumas das actividades de montanha que dominaram o evento, onde não faltou também a realização de desportos mais radicais e pouco em voga em Portugal. É o caso do trikke (género da “trotinete”, mas com duas bases e movimentado apenas com o balanço do corpo) e do dirtsurfer (mistura de skate com BTT). Este último foi, aliás, a principal atracção do evento por ser «um desporto relativamente recente em Portugal», salienta Hugo Gomes, da organização. «O movimento e a sensação são os mesmos do snowboard. Mas em vez de ser na neve, é em terra», explica o jovem, ao descrever que se trata de uma prancha um pouco maior que a do skate com duas rodas de BTT ou de BMX. «Pode ser a solução de desporto para a região quando a neve escassear», avança Hugo Gomes.

Com a Serra da Estrela como pano de fundo, o primeiro dos três desafios impostos às 28 equipas participantes foi dado na noite de sexta-feira, com a realização da primeira etapa da competição. Denominada como “Score 100”, as equipas, constituídas por três elementos, tiveram que percorrer a serra às escuras numa prova de orientação com hora e meia de duração, com o objectivo de atingir os cem primeiros pontos. Embora pareça difícil, Hugo Gomes assegura não ser «nada complicado», até porque a organização facilita a prova ao entregar uma «fotografia área» ao invés da típica carta topográfica. «Assim, é muito mais fácil identificarem os pontos por onde têm de passar», aponta, lembrando que o raid aventura é muito mais do que uma competição. «É acima de tudo diversão e lazer», destaca.

Mas foi no sábado que a competição mais animou, com a realização das duas últimas etapas: a “Ori BTT” e o “Percurso Multiactividades de Aventura”. A primeira ocupou toda a manhã e consistia numa prova de orientação em BTT de 12,5 quilómetros, sendo que o percurso apenas era conhecido à medida que os participantes chegavam aos pontos de controlo. A segunda desenvolveu-se durante toda a tarde e foi, segundo a organização, a que mais «concentrou as atenções» dos participantes. A prova foi disputada na ribeira das Cortes e contemplou actividades com cordas “(slide, rappel, tirolesa, slides e paralelas) e o radiomodelismo (barcos com controlo remoto).

Apesar dos 90 euros de inscrição, a edição deste ano contou com mais participantes de todo o país. Das 28 equipas, apenas seis eram provenientes da região, sendo as restantes maioritariamente do norte do país, Porto, Lisboa e Viseu. Para isso, valeu a divulgação do evento através da criação de uma página web da associação e em sítios destinados a este tipo de eventos, como o Portal Aventura. A alteração do raid para Julho, ao invés do tradicional mês de Outubro, veio atrair ainda mais jovens, assim como a divulgação que os «amigos da UBI» fizeram na terra de origem, aponta o jovem. De resto, Hugo Gomes não tem dúvidas que o evento tem «vindo a crescer» ao longo dos anos e, por ora, aspira apenas que este venha a ser uma referência «daqui a dois ou três anos». Para já, a Estrela Polar mostra-se satisfeita por ter conseguido concretizar o grande objectivo: «divulgar a região a todo o país», aponta.

E a prova está à vista, ao ter canalizado cerca de cem pessoas de todo o país para este raid aventura. É o caso da equipa que acompanha Ricardo Amorim, um jovem de 26 anos de Leiria. Tiveram conhecimento do raid através de um amigo e desde a primeira edição que marcam presença. «Este ano viemos para competir, mas também para nos divertir e conviver», sustenta, ao recordar a má classificação atingida na edição passada. Embora ache que falta melhorar a organização, Ricardo Amorim considera que a Estrela Polar está a «desenvolver um bom trabalho e a chegar a um patamar considerável» neste tipo de prova.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply