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Desemprego aumentou na Beira Interior

Contudo, número de desempregados é mais elevado na Covilhã que na Guarda

Um estudo do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES), da Universidade da Beira Interior (UBI), sobre o número de desempregados na Beira Interior revela que a taxa existente no distrito de Castelo Branco é 33 por cento superior à registada na Guarda em Dezembro de 2006.

No entanto, o estudo, da autoria de José Pires Manso e Daniela Leitão, refere ter havido um decréscimo na taxa de desemprego no distrito de Castelo Branco, já que, em 2004, a diferença era de mais 54 por cento em relação ao vizinho distrito da Guarda. Contudo, a tendência do desemprego na Guarda aumentou mais de 0,26 por cento, pois o número total de pessoas sem trabalho no distrito evoluiu de 6.105 desempregados, em Janeiro de 2004, para 6.121, em Dezembro de 2006. O trabalho defende ainda que o início de 2005 foi um «período negro» em matéria de desemprego, já que correspondeu ao encerramento de várias unidades fabris nos concelhos da Covilhã, Fundão e Castelo Branco. O estudo aponta igualmente que os níveis de desemprego são «menos preocupantes» na Guarda, sendo que o valor mais elevado registou-se em Fevereiro de 2006 com cerca de 6.384 desempregados, mês que coincidiu com o encerramento da unidade fabril da multinacional de calçado Rhode, em Pinhel. Os investigadores concluem que o concelho com o nível de desemprego mais elevado da Beira Interior era o da Covilhã, com 3.140 desempregados, embora realcem que, entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2006, esse número tenha diminuído em 678 unidades. As outras situações mais preocupantes registam-se nos municípios de Castelo Branco, (2.119 desempregados), da Guarda (1.616), de Seia (1.575) e Fundão (1.171).

No entanto, embora a Covilhã seja o concelho com maior taxa de desemprego entre 2004 e 2006, a trajectória desenhada nesse período é descendente, passando de 10,2 por cento no primeiro ano para 8,8 por cento no último. Já no distrito da Guarda, o aumento da taxa de desemprego é acompanhado em 10 dos 14 concelhos, sendo que apenas Vila Nova de Foz Côa (0,6 por cento), Sabugal (0,5 por cento), Aguiar da Beira (0,3 por cento) e Figueira de Castelo Rodrigo (0,04 por cento) registaram reduções no período de análise. No que respeita ao aumento da taxa de desemprego, destacam-se os concelhos de Pinhel e Manteigas devido ao desaparecimento das principais empregadoras, a Rohde e a Sotave, respectivamente. No primeiro, a taxa de desemprego registou um acréscimo de 3,72 por cento, evoluindo de 1,53 por cento em 2004 para 5,26 por cento em 2006. Já em Manteigas o acréscimo foi menor, cerca de 2,1 por cento, tendo passado de 6,9 por cento em 2004 para 9,06 por cento em 2006. No entanto, no distrito, os concelhos que mais contribuíram para a taxa de desemprego foram Manteigas e Seia, onde, em Dezembro de 2006, se registavam 9,04 e 8,57 por cento, respectivamente, de desempregados. Ambos os casos estão relacionados com o fecho de unidades produtivas do sector dos lanifícios.

Tânia Santos

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