O Homem sempre teve medo do que não conhece. É assim desde o princípio dos tempos, quer se seja feiticeiro ou não – não é por se ter sangue mágico que se é mais corajoso ou ousado. Não, o desconhecido é fonte universal de suspeitas e receios, é factor de diferença e, como tal, de discriminação.
Luna Lovegood era uma perita neste campo. Desde que transpusera os portões da escola pela primeira vez, era tida como estranha por todos. Ninguém se dava ao trabalho de esconder o riso quando observavam a sua incomum forma de ser, ninguém fingia escutar os seus discursos mirabolantes, ninguém se importava que ela almoçasse e jantasse sempre sozinha.
Até que, um a um, aqueles que viriam a ser os seus (únicos) amigos ultrapassaram a barreira da invulgaridade e se depararam com uma das essências mais puras e verdadeiras que existiam naquele mundo conspurcado. Era esse o motivo da sua diferença, era essa a causa do seu mistério… No entanto, uma vez levantado o véu, o que antes era desconhecido tornou-se familiar e necessário, ao ponto de garantir a Luna um lar, um porto seguro, um sorriso, aonde quer que um deles se encontrasse.
É normal ter medo do desconhecido, mas, felizmente, ainda há quem ouse enfrentá-lo… E a amizade da jovem provou ser uma recompensa mais do que suficiente.
por Maria João Pinto (12º C)