Cruzar na imensidão das probabilidades dois ou três dados que se reconhecem, se associam e constroem uma sequência repetida que produz um resultado sempre igual, seria improvável, como seria quase impossível dissolver numa piscina diferentes sais e esperar que nascessem riscos coloridos e uma pinta rosa da agitação de todos e após o repouso. Mas podemos criar verrines em arco-íris se misturarmos líquidos diversos de osmolaridades diferentes. Os componentes da imponderabilidade são lançados e depois o acaso gera movimentos que nos fazem poder esperar tudo. Se tivermos a possibilidade de gerir um pouco do acaso, cavalgando moléculas, então estamos a construir a história. Assim funcionam os sistemas reguladores das reações enzimáticas. Empurram ou cavalgam o acaso para que provoque uma sequência. A cascata da coagulação, o ciclo de Krebbs, a cascata de citoquinas. Na vida social é o mesmo. Se juntarmos as claques das grandes equipas de futebol, elas tendem a agrupar-se e depois a confrontar-se. Deste modo, o sistema depressivo, recessivo, austero conduz à pobreza, que leva à revolta e esta provoca agregação, associativismo, consciência política. Assim conduz a frenação e a agitação. O mundo é dinâmico e o processo social é extremamente frágil.
Por: Diogo Cabrita
