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Deputado do PSD prefere Guarda a Castelo Branco

Maioria da Assembleia Municipal da Covilhã prefere esperar pelas últimas reuniões, mas eleito social-democrata considera que a Guarda tem mais afinidades com a Covilhã

Contrariamente à posição reinante nos municípios da Beira Interior Norte e Beira Interior Sul, a Assembleia Municipal (AM) da Covilhã foi unânime na última sexta-feira ao defender uma comunidade urbana alargada entre os distritos da Guarda e Castelo Branco. Embora criticando o modelo de descentralização administrativa promovido pelo Governo, Jorge Fael, da CDU, e os socialistas Vítor Pereira e Miguel Nascimento apoiaram a tese defendida desde sempre por Carlos Pinto, juntando-se assim aos deputados do PSD e a Isilda Barata, do PP.

Mas foi do social-democrata Jean Pierre Gomes que partiu a posição mais definida em caso de escolha: «Do ponto de vista da centralidade e de criação de emprego prefiro a Guarda», asseverou, argumentando que a Covilhã está mais perto da Guarda do que Castelo Branco. Considera, por isso, que «as empresas, ao deslocarem-se para esta comunidade, preferem estar entre a Guarda e a Covilhã do que entre Castelo Branco e a Covilhã». Uma intervenção que divergiu das restantes manifestadas, já que a maioria dos deputados querem ver os resultados das últimas reuniões entre os municípios da Beira Interior Norte e do Sul para discutirem em Assembleia Municipal extraordinária, no início de Março, a opção da Covilhã caso não haja o desejado entendimento. Até lá, o município vai «continuar a trabalhar» para que a comunidade a constituir na Beira Interior tenha «o máximo de municípios dos dois distritos», garantiu Carlos Pinto. É que, como salientou o socialista Vítor Pereira, «só a agregação dos dois distritos pode promover o desenvolvimento da região», pelo que «capelinhas fúteis e vaidades» não devem impedir uma Comunidade Urbana entre a Guarda e Castelo Branco, entre as quais «não existe nada de relevante» que as diferencie.

Carlos Pinto, por sua vez, reiterou os avisos: «Ou criamos um espaço com um grande aglomerado populacional, empresas e universidades, ou não temos possibilidades de nos afirmarmos no país e na Europa», disse, adiantando que Viseu, Aveiro e Coimbra preparam-se para se constituírem em Grandes Áreas Metropolitanas (GAM) com mais de 350 mil habitantes. «Vamos perder muito se não estivermos ao lado daquelas três GAM», sublinhou, uma vez que apenas estão asseguradas transferências de verbas para estas e para as Comunidades Urbanas. «Ninguém pense que vamos ficar a ver os comboios. Como somos o município mais populoso, vamos tomar opções», advertiu finalmente Pinto, para quem «vai haver comunidade urbana na região» sejam quais forem os participantes. Daí que tenha criticado de novo os autarcas da Guarda e de Castelo Branco por terem «medo» de perder a capitalidade para a Covilhã por estar no meio. «Defendi que a capital da Comunidade Urbana das Beiras deveria estar no município mais pequeno de um distrito e a assembleia deliberativa no município mais pequeno do outro», recordou Pinto, insistindo que esta distinção entre capitais de distritos «é ridícula».

«Porque é que vão para as capitais de distrito coisas como o Tribunal Administrativo ou a Segurança Social? Porque é que não se refere uma cidade com mais de 50 mil eleitores nas placas da auto-estrada?», questionou o autarca na Assembleia Municipal. A Câmara da Covilhã deverá apresentar até Março uma proposta aos deputados da Assembleia Municipal sobre a posição da Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão) e Penamacor para a constituição da Comunidade Urbana.

Liliana Correia

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