A administração da multinacional norte-americana Delphi comunicou ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM), na semana passada, o despedimento de mais 15 funcionários, entre os quais está o director da fábrica, Manuel Morais. Os trabalhadores agora dispensados vão sair com os 300 que foram seleccionados para a primeira vaga de despedimentos. A maioria abandona a fábrica já amanhã.
A decisão de dispensar mais pessoas ainda este mês apanhou de surpresa o principal sindicato da unidade da Guarda. «Algumas são fundamentais para o normal funcionamento da fábrica» e não deverão ser substituídas, afirma José Ambrósio, delegado do STIMM, a quem «foi dito que estes 15 estarão incluídos no despedimento colectivo de 2010». De acordo com o sindicalista, a empresa justificou a decisão com «a implementação de um novo modelo de gestão». Para além do director da fábrica da Guarda, foram despedidos uma secretária de direcção, um engenheiro, três operadores de logística, cinco verificadores de qualidade, um chefe de equipa, um chefe de secção e dois chefes de serviço. Ao que O INTERIOR apurou, Manuel Morais vai ser substituído pelo director da fábrica de Castelo Branco, Jorge Santos, que passará a acumular os dois cargos.
A implementação de um novo modelo de gestão foi a explicação dada também ao STIMM para a antecipação da saída da maioria dos primeiros dispensados, por estarem em curso «trabalhos de logística com a mudança de linhas», explica José Ambrósio, ao referir que «muito poucos ficarão até dia 23». Esta foi a data apontada inicialmente pela multinacional norte-americana porque a fábrica encerra para férias, reabrindo no início de Janeiro. Até lá, a administração «diz que quer reestruturar linhas de produção, transferir trabalhadores de sectores e fazer adaptações à nova realidade da empresa», diz ainda o delegado do STIMM. José Ambrósio espera agora que «a situação do sector automóvel possa melhorar nos próximos tempos para que diminua o número de pessoas a despedir» no primeiro trimestre de 2010. A multinacional prevê dispensar mais 200 pessoas nesse altura. Entretanto, o sindicalista adiantou que o Governador Civil da Guarda, Santinho Pacheco, vai reunir nos próximos dias com os ministros da Economia e do Trabalho para encontrar alternativas que possam reduzir os 500 despedimentos previstos. «Sabemos que é difícil, mas vale sempre a pena insistir», sublinhou.
