Eleito sem maioria absoluta, Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, viu os vereadores da oposição chumbarem, na reunião do executivo, realizada na última sexta-feira, a proposta de delegação de competências previstas na lei para o órgão.
Deste modo, o autarca socialista fica impedido de deliberar em algumas matérias, como no urbanismo, segurança, Juntas de Freguesia e orçamento sem o aval dos restantes membros do executivo.
No final da reunião, José Pinto, vereador da CDU, defendeu que esta foi a «via escolhida pelo presidente da Câmara» e que, «se as competências fossem repartidas pelos vereadores da oposição, tornava-se mais fácil o funcionamento» da autarquia. Também
Joaquim Matias votou contra a proposta, embora tenha sugerido a alteração de alguns pontos. O eleito pelo PSD explicou que não concorda, por exemplo, que o presidente tenha «os poderes de alterar o orçamento sem que o órgão tenha conhecimento prévio disso». De igual modo, os dois vereadores do Movimento Acreditar Covilhã, Pedro Farromba e Nelson Silva, votaram contra a proposta. Vítor Pereira viu a rejeição como «obstrucionista» mas «legítima do ponto de vista democrático», sustentando que a delegação de competências pretendia «agilizar processos e desconcentrar funções, respondendo com eficácia e segurança aos problemas dos covilhanenses». De resto, o presidente do município revelou que as negociações para a construção de uma “aliança”, que permita gerir a Câmara com maioria absoluta, foram suspensas, uma vez que «para haver coligações tem de haver uma convergência de vontades, que pressupõe a apresentação de propostas e contra-propostas».
Neste sentido, as negociações foram suspensas e o autarca voltou a sustentar que o «tempo é o melhor conselheiro para avaliar da postura viabilizadora ou inviabilizadora das propostas que, no nosso entendimento, melhor servem os interesses do concelho e dos covilhanenses». Já o vereador da CDU garante que «para além da reunião que houve entre a CDU e o PS eu nunca fui abordado nesse sentido e quero que isto fique bem claro». José Pinto frisou que «não há nenhuma conversação e não houve nenhuma reunião comigo».
Na reunião realizada na última sexta-feira, foram aprovadas por maioria, com a abstenção do vereador da CDU, as propostas de redução do IMI e da Derrama. A autarquia aprovou ainda um apoio no que diz respeito ao reforço energético de uma empresa localizada no Parque Industrial do Tortosendo. Trata-se da “Harcane”, uma empresa que trabalha na área da produção, transformação e montagem de peças e componentes mecânicos de materiais duros cerâmicos, assim como materiais metálicos e termoplásticos utilizados, essencialmente, na relojoaria, mas também na joalharia, indústria automóvel, telecomunicações e eletrónica. Esta entidade pretende um reforço da capacidade da linha elétrica de forma a instalar ali um maior número de máquinas e com isso conseguir criar 80 postos de trabalho, a juntar aos 30 já existentes. Esta proposta foi aprovada por unanimidade.