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Deixem “estar” o Infarmed em Lisboa

Todos sabemos e sentimos na pele e não só, que há um excesso “centralizador” de poderes na capital, na corte, em Lisboa.

Tudo que sejam decisões mais importantes, para o país, têm que passar por Lisboa dado que os Poderes principais estão lá todos concentrados.

Não é de agora, mas muito se tem falado, por todos e cada um em “mudar” mas tudo fica na mesma, dado que os “de lá” não querem largar os seus domínios, os seus quintais, as suas vantagens.

E claro que se um dia houver “a” verdadeira vontade de o fazer, não terá que ser necessariamente distribuído só para o Porto, mas sim por várias zonas do nosso País a Centralização Lisboeta.

Mas tudo terá que ser feito pensado, com bom sendo, e critérios lógicos.

Quanto “de repente” se acha que passar o Infarmed para o Porto atenua o EMA não ter vindo para Portugal e, no caso para o Porto, não parece ter grande lógica, ou melhor, não tem nenhuma. Zero!

Primeiro, a candidatura à EMA pelo nosso país foi para Lisboa e depois mudou-se – ideia repentina descentralizadora – para nos candidatarmos para o Porto. Aqui, ou tinha sido logo o Porto, ou tentava-se Lisboa, não se pra o comboio em andamento e muda-se o rumo, até por haver eleições autárquicas no horizonte. Deve pensar-se antes, algo que tanto nos custa em tantas “coisas” fazer.

Assim, como era expectável, o EMA não veio para Portugal. Bom, parecendo que seria para conciliar os portuenses por “este desaire”, há que mandar qualquer coisa que esteja em Lisboa para o Porto, tal como a inicial candidatura ao EMA e, como é tudo relacionado com “o medicamento”, aí vem o Infarmed. Nem estamos a fazer jogos de crianças, nem a brincar ao faz de conta. Supõe-se!

Claro que é necessário descentralizar, é indispensável que Lisboa não tenha tantos poderes concentrados e por vezes absolutos, mas não se devem ter ímpetos por se não ter feito antes o que devia ter sido feito e: aí vai qualquer coisinha para fora de Lisboa, para todos ficarem bem de consciência.

Deixem sossegadinho o Infarmed em Lisboa. E comecem em Lisboa os senhores dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judicial – a pensar, de início ao fim, quais dos “seus poderes” podem ser distribuídos por outras áreas do país, claro incluindo o Porto, mas não só o Porto.

E deixemos-mos de soluções em cima do joelho, de repentes, de dar um rebuçado para agradar, dado que não resulta e confunde ainda mais tudo e todos. Ou não!

Augusto Küttner, Lisboa

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