«É alterar as regras do jogo, ainda por cima sem medidas económicas que possam dar alguma esperança de que o crescimento económico vai aumentar», considera Jorge Morgado.
Uma «bomba de Napalm para os mais pobres» e uma «bomba de destruição da classe média» é como o secretário-geral da Deco, Jorge Morgado, qualificou hoje as medidas de austeridades apresentadas pelo primeiro-ministro.
«Isto são medidas completamente brutais sobre a classe média, são bombas de destruição. Há estratos da classe média que estão em risco de deixar de o ser. E sobre os mais pobres são bombas de napalm, que não deixam nada. São situações dramáticas para os mais pobres e extremamente penosas para a classe média», afirmou à Lusa.
Jorge Morgado alertou para as classes que vão entrar em incumprimento com estas novas medidas, lembrando que muitas famílias compraram casa há uns anos sem poder prever que os seus rendimentos iam ser substancialmente reduzidos. «É alterar as regras do jogo, ainda por cima sem medidas económicas que possam dar alguma esperança de que o crescimento económico vai aumentar», acrescentou, salientando que a situação é agravada por não se saber quanto tempo vão durar estas medidas.
Sobre a retenção dos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos nos próximos dois anos, Jorge Morgado afirmou: «Os 14 meses de salário por ano são fundamentais para a vida económica das famílias, para pagar despesas escolares, compromissos em atraso, seguros da casa e carro ou até repor electrodomésticos que precisam ser substituídos. Sem isto, as pessoas ficam sem tábua de salvação».