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Dead Combo – “A Bunch of Meninos”

Opinião – Ovo de Colombo

São dois: um gato-pingado e um gangster. Dois senhores-meninos que fazem música com Lisboa dentro. Depois do álbum de 2011, “Lisboa Mulata”, a dupla Tó Trips (guitarras) e Pedro Gonçalves (contrabaixo, guitarras, kazoo, melódicas) regressa aos discos, com este “A Bunch of Meninos”. O tema-título foi o primeiro single (vídeo realizado por Paulo Abreu) a ser lançado e é um convite à dança.

O disco conta com participações de Alexandre Frazão (bateria e percussão) e António Sérginho (percussão). Inclui temas como “Povo Que Cais Descalço”, “Miúdas e Motas”, “Waits” (homenagem ao mestre americano Tom), “B.Leza” ou “Hawai em Chelas”, num total de 13 músicas.

Este é já o quinto álbum de originais da dupla de fado-rock-blues-jazz-tango-mariachis-mornas-e-tudo-o-que-mais-couber, porque os Dead Combo não são apenas portugueses; são do mundo e, como tal, bebem sonoridades por onde passam e transportam-nos para lugares onde nunca estivemos. Mas sempre com aquele “je ne sais quoi” português.

Umas sonoridades mais tristes (“Povo Que Cais Descalço”, “Zoe Llorando”, “Welcome Simone”) e outras mais agitadas (“Dona Emília, “A Bunch of Meninos”) transmitem-nos diferentes sensações, à medida que ouvimos o disco, transformando-nos numa espécie de doentes bipolares. Também se chora com coisas bonitas. E é o que acontece com este disco.

“A Bunch Of Meninos” saiu para as lojas na segunda-feira, com a chancela da Universal Music Portugal, mas assim que foi disponibilizado no Spotify tornou-se no primeiro disco nacional a atingir directamente o número 1 daquele serviço de streaming musical.

Os meninos sabem o que fazem. E fazem-no bem.

Fernanda Fernandes*

*Mestranda em Comunicação e Jornalismo na Universidade de Coimbra

**A autora optou por não escrever ao abrigo do novo acordo ortográfico

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