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De barco até às gravuras do Côa

Núcleos também vão poder ser visitados à noite

Em finais de Abril já vai ser possível visitar de barco os núcleos de gravuras do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). Um novo circuito que se junta a outras novidades, como as visitas nocturnas ou os novos percursos, de jipe ou a pé, actualmente em preparação. Uma oferta mais diversificada que vai ao encontro de uma procura variada.

Para já vai ser feita uma visita experimental para testar o percurso de barco e medir a duração do passeio, ou seja, «para “limar todas as arestas”», explica Alexandra Cerveira Lima, directora do parque. O novo passeio deverá preencher um dia, porque vai abranger os dois núcleos e ainda um novo local, que «dispõe de uma boa visibilidade a partir do rio», assegura. Enquanto as outras visitas têm a duração média de hora e meia, este passa a ser o módulo mais longo. O circuito deverá incluir almoço, no barco ou em terra, «mas esses são alguns dos pormenores que ainda estão a ser analisados», confessa Alexandra Cerveira Lima. Actualmente podem ser visitados os núcleos da Penascosa, a partir do Centro de Recepção de Castelo Melhor; Canada do Inferno, a partir da sede do parque em Vila Nova de Foz Côa; e a Ribeira de Piscos, desde o Centro de Recepção de Muxagata. O transporte é feito em viaturas do parque. Mas a partir das últimas semanas de Abril já será possível visitar os núcleos de gravuras também por barco. Para o efeito vai ser celebrado um protocolo com uma empresa privada do ramo que disponibilizará os meios técnicos e humanos, que, por sinal, já fazia passeios de recreio. «Mas o guia pertence ao parque», ressalva a responsável.

Outra novidade são as visitas nocturnas às gravuras rupestres, uma valência que começa a partir de Junho e vai até Agosto. «Como a arte é estudada à noite, faz todo o sentido dar esta oportunidade aos visitantes. E como já havia alguns pretendentes surgiu esta ideia», constata Alexandra Cerveira Lima. Mas ainda há mais. Há novos percursos que estão a ser estudados pelos guias do PAVC, dada a sua vasta experiência no terreno. Um deles já foi testado, «inclusive por mim», refere a directora. E muito em breve vai entrar em funcionamento, só falta ser incluído nas brochuras informativas. O novo percurso é pedestre e fundamenta-se em Vila Nova de Foz Côa. «Visita-se o interior da cidade e a sua envolvente», adianta. Mas há outros percursos em fase de estudo, como o da Muxagata e Castelo Melhor, «porque há muitas áreas do parque que não são visitadas», lamenta, anunciando que chegou a hora de aproveitar todas essas potencialidades. E com esta diversidade de oferta tenta-se responder à procura, até porque «existe há um conjunto de visitantes a pedir mais», revela.

Entretanto, durante os primeiros dois meses de 2005, o Centro Nacional de Arte Rupestre catalogou mais de trinta novas rochas no Vale do Côa, que apresentam gravuras paleolíticas e da Idade do Ferro. Os achados arqueológicos foram encontrados na zona envolvente ao futuro Museu do Côa. Trata-se de um conjunto disperso por uma área junto à foz do rio Côa e que vem provar que ainda existe muita arte pré-histórica escondida. No entanto, os novos achados ainda não vão ser incluídos nos roteiros, estando por enquanto a ser analisados e só posteriormente serão integrados nas visitas. De resto, as marcações para os circuitos devem ser efectuadas através do PAVC, inclusive o passeio de barco.

Patrícia Correia

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