Com o aperto de mão entre Bonnie & Clyde fica celebrado o acordo de coligação que, ainda sem nome, pretende avançar com um candidato único às próximas presidenciais.
A República centenária, hoje representada por personagem eleita apenas por 2 milhões e 200 mil votos, primeiro-ministro deste eventual 1º ministro, colocado aí por vontade política dos socialistas portugueses, com validade de uns ainda longínquos nove meses, tempo suficiente para tomar todas as decisões, dar posse ao novo governo saído das eleições, eleições essas que irá marcar estrategicamente em julho próximo.
Sampaio da Nóvoa apresentou-se na passada semana como candidato à cadeira maior do palácio “pink”, esperando que, desta vez, o PS, onde gravitam infiltrados direitinhas, visivelmente instalados, optem declaradamente e em consciência por apoiar o candidato da austeridade (a tal se nós não acabamos com ela, acaba ela connosco) e deixem, em definitivo, que a esquerda consiga ter alguém na presidência com capacidade, inteligência, perfil e autenticidade. É que desta vez é mais que possível. Ganhe-se consciência. Ponto final.
Quero acreditar que o futuro presidente seja efetivamente republicano e que o vencimento que irá auferir lhe dê para viver, respeitando todos os adversários, tendo em conta todos os nossos valores. Que dê elevação ao mais alto cargo nacional e defenda Portugal no estrangeiro quando lhe mandam esconder o défice. Que perceba que há portugueses galardoados internacionalmente. Que defenda a Constituição e as leis. Que não tenha um percurso sinuoso enveredando por escutas, ditos, tricos e mexericos. Que seja isento, deixe de lado a cor partidária que o elegeu, pois se o não fizer será apenas e tão só o presidente de alguns. Que não tenha um passado para ser considerado o pai do défice ou seja alguém que tenha a enorme responsabilidade no aumento da despesa pública. Que não seja amigo de mercantilistas, interesseiros e agiotas.
Pois é… tal qual as coisas estão, aquele que vem a seguir terá obrigatoriamente a difícil missão de saber virar a página. Com os vencidos a tombarem no chão do medo, há sempre soluções para o pagamento de todas as dívidas externas, fazendo jus a este tempo, que já é mais que suficiente, para acordar e despertar, terminando, em definitivo, com esta política que degrada a vida, não se vislumbrando na negociada coligação, apenas ajustada no continente (onde a luta e o colocar em bicos de pés pelo lugar de deputado já começou), qualquer ideia para Portugal e os portugueses.
A vida política é feita de ciclos. É talvez por isso que esta nova mudança (no Parlamento, no Governo e na Presidência da República) não aporte consigo a transformação de um sistema que retome o seu próprio estado inicial, nessa luta de todos contra todos, tão bem descrita por Thomas Hobbes, nessa batalha da esquerda versus direita, percebendo-se que é quase obrigatória uma nova mentalidade que transforme o desalento e descrédito em verdadeira esperança. Esperança essa que retome todos os ideais de abril. Esperança, a tal, que deve e tem de ser sempre a última a morrer.
Por: Albino Bárbara