Esta é uma edição que me dá uma satisfação muito especial: sempre alimentei o sonho de ver chegar o jornal O INTERIOR aos 12 anos! Sempre acreditei que era o tempo mínimo para um projeto cultural ter dimensão e direito a registo histórico. Por outro lado, num período tão conturbado e difícil, satisfaz-me que na edição de aniversário tenhamos conseguido atrair tanta publicidade, comercial e institucional, o que nos permite acreditar que o caminho percorrido é o certo e reconhecido, e que temos margem para resistir às dificuldades. Num tempo em que a análise de custos se sobrepõe às demais razões que a razão não reconhece, O INTERIOR segue com otimismo e enfrenta a crise com imaginação, esforço e ambição.
Nesta edição, registamos o nosso aniversário, com a colaboração de alguns daqueles que ajudaram a fazer de O INTERIOR o mais importante jornal da região, profissionais que aqui contaram as estórias que ajudaram a construir a nossa história. Uma história de sucesso e que também faz parte da história, do património de afetos, de todos os que por aqui passaram, e que neste momento merecem o meu reconhecimento e agradecimento pessoal. Alguns deixam nesta edição o seu testemunho, o seu sentir, a sua vivência, a sua interiorização de O INTERIOR.
Foram 12 anos em que nunca virámos a cara à luta por uma sociedade melhor e mais informada, em que contribuímos para o desenvolvimento da nossa comunidade, em que ajudámos a dar vida ao interior. Nem tudo foram rosas. Mas singrar é o nosso desiderato… o nosso destino.
Numa região devassada pelo pessimismo, pelo êxodo, pela fuga, em que quase tudo vai sucumbindo, fazer jornalismo sem soçobrar, resistindo aos pequenos poderes, sem apoios, sem financiamentos públicos, mas com a elevação e satisfação de cumprirmos o nosso compromisso com os nossos leitores: informar com rigor, seriedade e independência.
Numa cidade onde quase tudo funciona mal, em que o marasmo e a mediocridade predominam, a imprensa local é de fato uma exceção, das poucas, ou, como muito bem escreve nestas páginas o Igor Costa, «é por ser melhor do que quase tudo o resto que o jornalismo anda, bastas vezes, às turras com o outro irmão decente que tem na cidade: a cultura». Pois. Fora a cultura que se faz por cá e o jornalismo que por aqui se pratica (nos jornais e rádios) o que fica como referência de qualidade nesta cidade moribunda que é a Guarda?
Como curiosidade, referir que a imprensa tem registado crescimento a nível nacional. Mas se a circulação média da maioria dos semanários e diários nacionais tem crescido, é na imprensa regional que esse crescimento é mais relevante. Sendo certo que alguns pequenos jornais esbarraram na sociedade de informação e vão perecendo, os principais jornais regionais afirmam-se e conseguem aumentar tiragens e vendas. É assim o caso de O INTERIOR que nos últimos meses aumentou os assinantes, esgotou em diferentes pontos de venda algumas das edições e teve grande crescimento também na sua distribuição com o EXPRESSO, como consequência, foi necessário aumentar a tiragem. Temos, pois, razões para confiarmos no futuro. Venham mais 12!
Luis Baptista-Martins
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