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Dar a cara

observatório de ornitorrincos

A investigação exibida na BBC afirma que entre os suspeitos estão Lewis Carroll, um marinheiro ou um barbeiro polaco. Ora, como se pode ver na foto, e Estripador era na realidade Joaquim Ripas (1855-1914), talhante de Ribeirões, fiscal de linha de jogos amigáveis entre os clubes ingleses de Lisboa e do Porto e consolador de viúvas beatas. Se pela descrição dos crimes a suspeita de Jack ser português era já grande, olhando para este retrato as dúvidas ficam completamente dissipadas. Em nenhum outro país se comemora o bigode desta forma, se exalta a pilosidade facial com tal apuro. Bigode assim ou é português ou é de fibras artificiais, mesmo que actualmente caído em desuso até junto daqueles que sempre mais o acarinharam, os treinadores de futebol e as vendedoras da praça.

Portugal entra desta forma – embora tardiamente – para o panteão da glória internacional, mostrando que já no século XIX Portugal não ficava a dever nada, em crueldade e em simetria capilar, às nações mais industrializadas da Europa oitocentista. Esperamos agora que as autoridades britânicas reconheçam a importância dos portugueses na sua história. Depois de Catarina de Bragança, que levou o chá para Inglaterra, e antes de Cristiano Ronaldo e Mourinho, que levaram dores de cabeça aos adversários, o Estripador foi mais um emigrante de sucesso em terras de Sua Majestade.

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