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Hospital da Misericórdia abre a 18 de Dezembro

Cuidados continuados serão as primeiras valências no Dr. Francisco dos Prazeres

A Santa Casa da Misericórdia da Guarda vai abrir, a 18 de Dezembro, as suas primeiras valências no futuro Hospital Dr. Francisco dos Prazeres. Trata-se das unidades de Convalescença e de Internamento de Média e Longa Duração, cujo funcionamento foi protocolado na terça-feira com os ministérios da Saúde e da Segurança Social. Três serviços que serão prestados no âmbito das experiências-piloto da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Ao todo, serão disponibilizadas 37 camas para acolher doentes que necessitam de cuidados hospitalares, mas não permanentes, cabendo ao Estado pagar à instituição acolhedora um valor por cada utente. Isto é, 80 euros por dia na Unidade de Convalescença (18 camas), 40 no Internamento de Média Duração (9) e 30 para os casos de Longa Duração (10). Até Abril de 2007, a Santa Casa da Misericórdia é a única instituição do distrito a prestar este tipo de apoio especializado. Nessa altura será feita uma avaliação da Rede e acrescentadas mais entidades, estando previstos novos acordos com as Misericórdias de Gouveia e Trancoso, entre outras possibilidades. Esta parece ser a grande aposta em termos assistenciais para os próximos anos. É que, de acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS), vivem mais de 460 mil cidadãos com mais de 65 anos na região Centro, pelo que é necessário dar resposta a uma sociedade que está a envelhecer e com elevado potencial incapacitante. «Investir no envelhecimento tranquilo dos cidadãos mais velhos é uma prioridade assumida do Governo», sublinha a ARS, que atribui a equipas de gestão de altas – compostas por um médico, enfermeiro e assistente social –, criadas nos hospitais e centros de saúde, a missão de encaminhar os doentes para as unidades correspondentes.

«Esta Rede tipifica a resposta, organiza-a e tenta fazer uma melhor articulação entre o Hospital, o Centro de Saúde e o domicílio», explicou João Pimentel, vogal da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, para quem esta solução vai «disciplinar a saída dos doentes do hospital, no sentido de uma melhor prestação de cuidados». A Unidade de Convalescença ainda não está abrangida pelo acordo, mas deverá ficar em Dezembro, quando forem assinados os restantes protocolos com as quatro unidades previstas para a região Centro. A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é um projecto para 10 anos, mas a sua viabilidade vai ser avaliada já em Abril de 2007. «Nessa data será feita uma avaliação do que está no terreno e há o compromisso do ministro da Saúde de eventualmente se reverem os preços hoje definidos em “Diário da República” caso haja dificuldades de pagamentos dos cuidados médicos e sociais a prestar», garantiu João Pimentel. Um esclarecimento que se impôs depois do Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Guarda ter alertou para eventuais dificuldades financeiras na gestão destes serviços: «Espero que o Estado não deixe cair e asfixiar as entidades que assumiram este desafio», disse.

Aos jornalistas, Jorge Fonseca adiantou que os contactos com médicos e enfermeiros prosseguem, mas que tudo estará a postos no dia 18. «Tudo indica que, com o tempo, a única unidade que vai ficar é a de Convalescença. As outras fizemos o favor de resolver um problema ao ministério, que luta com dificuldades na instalação das unidades de longa e média duração. Nós disponibilizámos para isso o segundo piso», revelou, escusando-se a falar de outros serviços ou dos custos do hospital. O que antecipou foi a inclusão de uma Unidade de Saúde Familiar e outra de Recuperação Global, que incluirá fisioterapia, cujos trabalhos poderão começar no próximo ano.

Luis Martins

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