P- Assumiu recentemente a presidência do MedUBI, porque decidiu candidatar-se?
R- Este será o meu quarto ano no MedUBI. Apesar da experiência e de ter acompanhado tantos mandatos, a decisão passou pelo desafio que é a presidência do MedUBI. O Núcleo de Estudantes de Medicina tem crescido de ano para ano e tem tido cada vez mais um papel ativo, não só a nível da faculdade, mas também ao nível da comunidade covilhanense. Para além disso, a hipótese de liderar esta equipa com pessoas tão entusiastas, prontas para dar o seu melhor e fazer crescer o MedUBI foi sem dúvida aliciante.
P- Quais os objetivos para este mandato?
R- Este mandato vai estar assente em três pilares: no compromisso para com a FCS-UBI, no compromisso para com as nossas relações externas e as entidades que nos representam, e por último, e sem dúvida mais importante, o compromisso para com os nossos estudantes de Medicina. Queremos reforçar as vozes dos nossos alunos, tanto a nível local como a nível nacional, e mantê-los sempre informados sobre as novidades no âmbito da Política Educativa e Educação Médica.
P- Há uma continuidade da anterior direção para esta? Quais as principais atividades previstas?
R- Sim, a nossa lista foi de continuidade. Os valores de trabalho e transparência estiveram pautados no mandato transato e são esses mesmos que quero que se reflitam neste ano de 2016. Para além dos vários eventos que já são conhecidos dos nossos estudantes: Sarau Cultural, Sessão de Fados, Gala de Medicina, Rastreios à Beira, Medicina FacFest, traremos novas palestras, novas sessões de esclarecimento. A formação (quer médica/científica, quer humana) será sempre a nossa preocupação.
P- Acha que os estudantes da UBI se envolvem com o movimento associativo da academia?
R- Penso que o número de eleitores que tivemos este ano (mesmo sendo lista única) reflete isso. Cada vez mais os alunos mostram interesse em quem os representa e têm uma opinião sobre o seu trabalho. Nesse aspeto, o MedUBI criou um banco de colaboradores para que os estudantes de Medicina externos ao núcleo se possam envolver nas atividades e perceber um pouco mais sobre a sua organização. Mas, mesmo assim, ainda há um longo caminho a percorrer. O MedUBI irá trabalhar juntamente com a AAUBI de forma a envolver cada vez mais os estudantes no movimento associativo.
P- Enquanto estudante de Medicina como vê o curso na UBI e a própria instituição?
R- O curso de Medicina da UBI tem um método muito próprio, diferente das faculdades designadas de “clássicas”. A minha visão é sempre de futuro. A nossa faculdade tem um potencial incrível e o MedUBI, juntamente com os alunos e docentes, está pronto para não só levar o nome da faculdade mais além, mas também para garantir a melhor formação médica. Acredito que daqui saem os médicos mais humanos deste país.
P- Como futura médica, tem muitos colegas que no final do curso preferem abandonar a região e o país, o que falta para atrair e fixar médicos?
R- Neste momento, penso que passa pela não existência de capacidade formativa após os 6 anos de curso, isto é, o número de alunos que saem por ano das escolas médicas não é de todo adequado ao número de vagas que existe para as diferentes especialidades. Encaramos neste momento o desafio da existência de médicos indiferenciados. Desta forma, os alunos tentam encontrar novas oportunidades no estrangeiro para completarem a sua formação. Quanto à região em si, é com agrado que, na verdade, vejo mais colegas da FCS-UBI a escolherem a Covilhã como local de ano comum e de especialidade. No entanto, a atração pelas unidades do litoral existe e talvez o encontro de benefícios financeiros, e não só (porque viver no interior oferece algo de extraordinário e único), venha a permitir uma maior fixação na região.
Perfil:
Inês Garcia Moreira
Presidente do MedUBI (Núcleo de Medicina da UBI)
Idade: 25 anos
Profissão: Estudante de Medicina
Currículo: Completou o secundário em Coimbra, estudou um ano em Farmácia Biomédica na Universidade de Coimbra e, a seguir, esteve dois anos a estudar Medicina Dentária na Faculdade de Medicina Dentária do Porto até ter entrado no Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior. Desde o primeiro ano que trabalhar com o MedUBI. Foi representante de ano durante 3 anos e integrou a Tuna Médica Feminina da UBI, a C’a Tuna aos Saltos.
Naturalidade: Coimbra
Livro preferido: “A Viagem do Elefante”, de José Saramago
Filme preferido: “Cinema Paraíso”
Hobbies: Nadar, desenhar, escrever, ler, ver séries
