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Cybercentro continua virtual na Guarda

Segunda tentativa de construção fracassou após a segunda adjudicatária ter abandonado a obra

A empreitada do Cybercentro da Guarda continua a ser uma realidade virtual. Pela segunda vez consecutiva, a recuperação do Solar dos Póvoas voltou a parar devido à impossibilidade da construtora levar a obra avante. A empresa Manuel do Carmo Rodrigues Lda, sediada em Lamego, venceu em Janeiro último o segundo concurso público com um preço base de mais de 351 mil euros, mas abandonou o estaleiro na semana passada alegando estar actualmente a passar por uma situação financeira «delicada».

Uma situação que apanhou a autarquia de surpresa, que anunciou entretanto que poderá accionar as cláusulas de rescisão do contrato caso a construtora, que requereu um Processo Especial de Recuperação de Empresas, não venha a cumprir os compromissos decorrentes do concurso público. Segundo Álvaro Guerreiro, vice-presidente do município, a Câmara perspectiva ainda a abertura de mais um processo de adjudicação daquela que está a tornar-se a empreitada mais difícil de concretizar na Guarda. É que a construção do Cybercentro já vai no quarto concurso consecutivo e teima em não passar do papel. Depois da falência das Construções D. Sancho, o projecto continua adiado cinco anos após ter sido anunciado pelo então secretário de Estado da Juventude Miguel Fontes. Contudo, o processo tem sido tudo menos linear. Adjudicada primeiro àquela empresa da Guarda, a empreitada terminou abruptamente devido os problemas financeiros da construtora, falida entretanto. Estávamos em 2001 e a autarquia foi forçada a abrir o segundo concurso público, mas as propostas dos dois únicos concorrentes não satisfaziam os requisitos do caderno de encargos, pelo que houve que iniciar novo procedimento administrativo de adjudicação. Mas também a terceira não foi de vez, já que a vencedora, a Manuel do Carmo Rodrigues Lda., parece não ter possibilidades de concretizar a obra de remodelação do Solar dos Póvoas, à qual concorreu com um preço-base ligeiramente superior a 351 mil euros.

E enquanto não se avança para mais um concurso público, este impasse já fez algumas baixas. É que a Câmara da Guarda teve que dispensar os primeiros funcionários do Cybercentro – uma directora executiva e um técnico – dado o atraso do projecto, desconhecendo-se actualmente quando poderá ficar pronto. Deste breve estertor sobra um vastíssimo arquivo fotográfico digitalizado e pouco mais. O Cybercentro foi apresentado em Setembro de 99 e deveria estar concluído em Setembro de 2002. Contudo, a nova estrutura permanece quase na estaca zero. Recorde-se que a Guarda foi uma das seis cidades de média dimensão escolhidas para a primeira fase deste projecto-piloto e a terceira a assinar o protocolo de criação do Cybercentro, um espaço que visa facilitar o acesso dos jovens às novas tecnologias da informação. O projecto foi conceptualizado em parceria com as ex-secretarias de Estado da Juventude e da Habitação e Comunicações e pretendia encurtar distâncias, sendo um «factor de promoção e de maior igualdade de oportunidades entre os jovens», entendeu na altura Miguel Fontes.

Luis Martins

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