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Curso de Direcção e Gestão Hoteleira no Fundão via Idanha

Decisão surge na sequência do veto à Escola Superior de Turismo

Caso venha a ser aprovado pela Direcção-Geral do Ensino Superior, o curso de Direcção e Gestão Hoteleira será afecto à Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, apesar de ser leccionado no Fundão nas instalações da Escola Profissional, conforme o protocolo estabelecido entre as duas entidades.

A decisão foi aprovada por unanimidade pela comissão permanente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) na última segunda-feira e resulta apenas da necessidade do curso estar «ligado a uma unidade orgânica», salienta Ana Maria Vaz, presidente daquela instituição. Das seis escolas do Politécnico, é a de Idanha-a-Nova que possui «um plano de estudos mais próximo daquele curso», aponta Ana Maria Vaz, quer em termos de disciplinas como de corpo docente. Esta foi a única opção encontrada pelo IPCB para que o curso possa começar no próximo ano lectivo, depois do Presidente da República ter vetado a criação da Escola Superior de Turismo no Fundão. Apesar de ser improvável que a escola venha a ser criada ainda este ano, «tendo em conta o facto do Governo ainda não ter respondido às três audiências solicitadas pelo IPCB e pelas Câmaras do Fundão e de Castelo Branco», a presidente do Politécnico garante que é um dossier que vai continuar a ser reivindicado. «Quando a Escola Superior de Turismo for criada, o curso transitará então para o Fundão», promete.

Para já, a autarquia fundanense mostra-se receptiva a acolher o curso a criar em Idanha-a-Nova mas o executivo «não vê este curso como uma troca pela Escola Superior de Turismo», avisa Carlos São Martinho. «O Fundão não irá abandonar o projecto que foi conquistado com toda a legitimidade», acrescenta o vice-presidente da Câmara.

Na corrida ao curso de turismo está também o município de Idanha-a-Nova, que manifestou na semana passada a vontade de o ver implementado no pólo do IPCB instalado no concelho. Esta proposta foi, inclusive, aprovada por unanimidade na reunião do executivo raiano a 13 de Maio, durante a qual foi salientada a sua importância para o desenvolvimento do concelho. Na perspectiva do edil local, Idanha-a-Nova é o concelho com «mais potencialidades» para acolher o curso por «ser altamente turístico», disse em declarações à Rádio Cova da Beira, argumentando que de todos os municípios vizinhos é o que possui «mais infraestruturas e património turístico».

A criação de Gabinetes de Apoio ao Desenvolvimento Turístico, iniciativas como a Naturtejo, o projecto Piter, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico e a candidatura do Geopark à UNESCO são alguns dos exemplos apontados pela autarquia. Apesar das tentativas, não foi possível obter uma reacção de Álvaro Rocha à decisão do Politécnico. Já Carlos São Martinho considerou «lamentável» a postura da autarquia raiana, ao criticar a «falta de solidariedade para com um município vizinho» que luta há muitos anos por uma instituição de ensino superior e cuja indignação ao veto presidencial tem dominado o concelho nos últimos tempos. «É muito estranho que a Câmara de Idanha venha agora reivindicar um curso de turismo com toda esta problemática», desabafou. Polémicas que não interessam a Ana Maria Vaz, que salienta que ao IPCB importa apenas «formar técnicos para a região e para o país», seja em que local for leccionado o curso.

Liliana Correia

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