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Cumprir Quioto

O desleixo dos últimos governos deixou Portugal numa situação de difícil cumprimento do protocolo de Quioto.

É verdade, que outros governos estão, também, longe de cumprir estes objectivos, mas a inação dos outros não pode justificar a inação de Portugal. Decerto muitos estarão a pensar que, face a todos os problemas que Portugal enfrenta no momento presente (económicos, sociais e culturais), Quioto será algo secundário.

Não é assim, há que ter em conta que Portugal terá de pagar 12 euros por cada tonelada de emissões de gases de efeito de estufa. Ora, como em 2004 atingimos 13 milhões de toneladas, isso irá exigir uma alocução financeira de 160 milhões de euros por ano se não houver estabilização.

A solução terá, obrigatoriamente, de passar pelo desenvolvimento de medidas que levem a uma correcta gestão de procura e conservação de energias, transportes, investimento em renováveis, entre outras.

Caso Portugal decida encarar definitivamente este problema, o que deveria ser a principal prioridade no quadro do Plano Nacional de Alterações Climáticas, poderá encontrar claras valias, quer para uma melhor qualidade de vida, quer para uma melhor saúde financeira do país. A solução deste problema levar-nos-á a um maior desenvolvimento tecnológico e à criação de vantagens competitivas em relação a outros que adiam o problema. É disso exemplo a energia eólica, pois poderá levar à criação de milhares de novos empregos.

O ano de 2005 será decisivo para Portugal devido ao início do Comércio Europeu de emissões. Desta forma, se tivermos um Governo que não adopte, uma vez mais, a “política da avestruz” em relação a esta matéria poderemos ter finalmente uma aposta na eficiência energética, nas energias renováveis, nas tecnologias de produção e numa mobilidade sustentável. Caso contrário, teremos de dar razão aos que afirmam que Portugal já não vai a tempo de cumprir Quioto.

Por: Telma Madaleno

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