A Culturguarda registou um resultado líquido negativo de seis mil euros no primeiro semestre deste ano. O relatório de contas da empresa municipal que gere o TMG foi analisado na última reunião do executivo e voltou a ter uma nega por parte dos vereadores do PSD, que votaram contra.
Os jornalistas não tiveram acesso ao documento, mas Virgílio Bento destacou alguns dados, como o aumento de oito por cento dos custos comparativamente a igual período de 2007. «Passou-se de 576 mil euros para 627 mil, mas este acréscimo deve-se a produções do TMG que resultam de encomendas, como o Enterro do Galo e a Feira de S. João», disse o vereador da Cultura, que também apontou a diminuição dos encargos com pessoal e o «aumento significativo» dos proveitos, de 547 mil euros (primeiro semestre de 2007) para 620 mil: «Nos primeiros seis meses deste ano houve mais encomendas, produções próprias e aluguer de espaços do Teatro Municipal», afirmou, anunciando um resultado líquido negativo de seis mil euros, menos 23 mil que em igual período de 2007. «Estes dados demonstram um controlo muito rigoroso das contas da Culturguarda sem pôr em causa a qualidade da sua programação», sublinhou o também membro do Conselho de Administração da empresa municipal.
No entanto, a vereadora Ana Manso não se mostrou muito entusiasmada com este balanço. «A Culturguarda continua a dar prejuízo e não dá mais porque a Câmara está a introduzir dinheiro e a subvencionar actividades. É suportada exclusivamente pela autarquia», criticou, registando que o endividamento mantém-se e que a transferência de património [o edifício do Teatro Municipal é agora da empresa] «não vem resolver nada, antes camuflar a má gestão». Críticas que Virgílio Bento estranhou: «Parece que o PSD ainda não entendeu muito bem a importância do TMG na Guarda e está contra todos os projectos que são referência da cidade e valorizados pelos cidadãos. Pelo que vimos, continua a ser uma força de bloqueio», acusou. O vereador exemplificou depois com o aumento das fontes de financiamento da empresa municipal através do aluguer de espaços, encomendas, produções próprias, prestação de serviços, mecenato.
«Houve também candidaturas a programas comunitários com a Junta de Castela e Leão, a Fundação Salamanca e as quatro cidades da Beira Interior», acrescentou, elogiando o director e a equipa técnica por terem conseguido «controlar as contas». Quanto ao subsídio à exploração, cerca de 900 mil euros, ele vai manter-se inalterado.
Luis Martins