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Cuidados intensivos parados para trabalhos de manutenção na Guarda

Protocolo de colaboração com especialistas do Hospital de São Teotónio ainda não está em vigor

A unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital da Guarda está fechada durante duas semanas para trabalhos de manutenção, o que coincide com a ausência das duas únicas especialistas da unidade, explicou na última sexta-feira o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. O serviço tinha sido encerrado na véspera por falta de médicos, após a directora ter entrado de férias permanecendo a outra especialista de baixa por doença.

«Os doentes continuam a ser tratados nos cuidados intermédios, que possui duas camas, por três médicos que, não sendo “intensivistas”, possuem formação nesta área», disse Fernando Andrade. A UCI foi temporariamente encerrada uma semana depois de António Pimentel, director do serviço dos Cuidados Intensivos do Hospital de Viseu, ter acertado com a administração do Sousa Martins a colaboração de alguns médicos da unidade viseense para evitar o fecho dos Cuidados Intensivos, situação iminente nas últimas semanas. Contudo, este protocolo, que ainda não entrou em vigor, parece ter chegado tarde, já que não impediu que tal acontecesse poucos dias depois. O presidente da ARS Centro desdramatiza a situação e garante que esta «interrupção voluntária» do serviço vai permitir a «habitual» manutenção periódica da unidade. Lembra, de resto, que a UCI guardense encerra todos os anos, durante alguns dias, para a «necessária» manutenção do espaço e equipamentos. Trabalhos que começaram na última segunda-feira, prolongando-se por dez dias. Segundo Fernando Andrade, nalguns casos mais graves, designadamente politraumatizados, o tratamento já era normalmente efectuado em Coimbra, obrigando ao transporte de doentes para os Hospitais da Universidade (HUC).

A ARS anunciou entretanto que vai avançar com o processo de substituição da especialista que está doente, enquanto se aguarda pela entrada em vigor do protocolo com os especialistas do Hospital de São Teotónio. António Pimentel, responsável pela abertura do serviço no Hospital São Francisco Xavier (Lisboa), participou recentemente numa reunião com os serviços do Sousa Martins que mais necessitam dos Cuidados Intensivos, nomeadamente a Cardiologia, Pneumologia, Ortopedia e Medicina Interna, de forma a estudar uma reorganização da unidade e ajustar a colaboração dos médicos de Viseu na Guarda. Um encontro realizado, ao que “O Interior” pôde apurar, sem o conhecimento da directora do serviço guardense, que entrou entretanto de férias. Actualmente, e com base em dados da ARS Centro, as quatro camas da UCI do Sousa Martins registam uma taxa média de ocupação de 50 por cento.

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