O distrito da Guarda acompanhou a tendência nacional no último ano, tendo registado uma quebra de 19 por cento na criminalidade violenta e grave, com menos 20 casos do que em 2012, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2013.
Contas feitas, o distrito contou 85 crimes violentos e graves, o que equivale a cerca de 1,89 por cento do total de participações às autoridades da Guarda (4.489 casos de criminalidade geral). Contactado por O INTERIOR, o Comando da PSP da Guarda indicou que, na sua área de atuação (Guarda e Gouveia), «a criminalidade violenta e grave registou uma diminuição de 15 por cento face a 2012», tendo sido contabilizados 17 crimes. O ilícito mais participado foi o roubo a pessoas na via pública (exceto esticão), com nove registos (os mesmos de 2012). Por sua vez, o distrito de Castelo Branco somou 130 crimes violentos e graves, menos cinco do que em 2012, o que perfaz menos 25 crimes deste tipo na região, uma descida de 10,4 por cento em comparação com o ano anterior. A nível nacional verificaram-se 20.147 crimes violentos e graves, menos 2.123 do que na edição anterior, pelo que, atendendo à distribuição geográfica das incidências, o distrito guardense e a região englobam, respetivamente, cerca de 0,42 e 1,07 por cento do total nacional destes casos.
A Guarda é o segundo distrito com menos crimes violentos e graves, ultrapassado apenas por Bragança que, curiosamente, lidera a lista de aumentos no país – em termos percentuais, somou este ano 78 crimes, mais 27,9 por cento do que no ano precedente, seguindo-se Viseu (mais 15,2 por cento), Viana do Castelo (2,7 por cento) e Coimbra (mais 2,5 por cento). A Guarda só fica no “vermelho” em termos de total de criminalidade participada à PSP, GNR e Polícia Judiciária, com um aumento de 4,3 por cento, ou seja, mais 185 crimes reportados às autoridades do que em 2012, quando foram participados 4.304 crimes. A descida nacional é de 6,9 por cento, num total de 368.452 participações, que sobem somente na Guarda e em Viana do Castelo. Mas a tendência do distrito é contrariada por Guarda e Gouveia: «A PSP totalizou 565 ocorrências criminais, o que representa uma redução de 20 por cento», indicou o Comando da Polícia de Segurança Pública.
Também a violência doméstica, que aumentou 11,4 por cento no distrito guardense, desceu na área de intervenção da PSP da Guarda, à qual foram participadas 52 denúncias, menos 28 por cento do que no período homólogo de 2012. O INTERIOR contactou também o Comando Territorial da GNR, que indicou não possuir ainda os dados em causa, enquanto a PJ optou por não os divulgar.
Criminalidade violenta baixa nos distritos da Guarda e Castelo Branco
O INTERIOR vem, com base na relação de confiança que mantém com os seus leitores, reiterar os dados que apresentou na edição anterior e que comprovam uma descida da criminalidade violenta e grave na região – no distrito da Guarda e no distrito de Castelo Branco. Na mesma semana, um jornal local apresentava uma leitura diferente, referindo erradamente que os 4.489 crimes participados às autoridades eram «violentos e graves», porém, de acordo com o Relatório (ver imagem) estes foram 85. De resto, como alguns leitores comentaram nas redes sociais, se na Guarda houvesse 4.489 crimes «violentos e graves», como refere esse jornal, haveria no distrito uma sociedade violenta ao nível dos distritos do Porto e de Lisboa – haveria mais de 12 crimes por dia na Guarda…
Sara Quelhas 
