As insolvências da Gonçalves & Gonçalves e da Toiguarda despoletaram nos últimos dias várias ações judiciais de execução contra empresas do grupo Plataforma SGPS. Sócios, atuais e antigos, também não escapam e vão ter os seus bens arrolados em seis processos movidos pelo BANIF, que reclama mais de 839 mil euros e decidiu executar as garantias prestadas pelos antigos concessionários de automóveis CDV, Garagem D. José e Auto Estrela, pela empresa de informática SAS e pela “casa-mãe” do grupo fundado por José Gonçalves no final da década de 80 do século passado.
Segundo os documentos a que O INTERIOR teve acesso, o empresário enfrenta ainda uma execução judicial interposta por um particular, tido como próximo da família Gonçalves que terá alegadamente assinado uma letra de favor ao agora executado, pelo montante de 177.253 euros. Os juristas designam este procedimento como ação paulina, isto é, «uma ação pessoal movida por credores com intenção de anular um negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento da dívida numa ação de execução». Por outro lado, também a empresa de leasing De Lage Landen Internacional B.V. pretende cobrar cerca de 178.830 euros à Plataforma SGPS. A maioria destas ações deu entrada no Tribunal da Guarda na passada quinta-feira, precisamente no dia em que se realizou a primeira Assembleia de Credores da Gonçalves & Gonçalves. Fonte conhecedora do processo referiu a O INTERIOR que esta situação confirma que «a sociedade Plataforma SGPS é uma fachada, já que não tem património e só vale pelas participações sociais que possui nas restantes».
A mesma fonte, que pediu para não ser identificada, adiantou que o que se está a passar resulta do «efeito “bola de neve”» originado pela falência das duas maiores empresas do grupo – a Toiguarda e a Gonçalves & Gonçalves: «O grupo espatifou-se de imediato e os bancos tratam logo de acionar as garantias prestadas pelas empresas mais pequenas, isto porque os maiores credores poderão reclamar os seus créditos no processo de insolvência daquelas firmas», explicou. Na sua opinião, este caso revela ainda que alguns dos antigos sócios das várias empresas agora executadas «não cuidaram de libertar as garantias que tinham em seu nome junto dos bancos quando deixaram as firmas em causa e são agora responsabilizados pessoalmente pelos valores em dívida».
Luis Martins
Comentários dos nossos leitores | ||||
---|---|---|---|---|
|
||||
|
||||
|
||||
|
||||