A Câmara da Covilhã, contestatária do Pólo de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela, sempre vai avançar com uma estratégia própria para o sector. Na semana passada foi constituída uma associação que visa funcionar como agência de promoção turística, em que aparecem como fundadores – em nome individual – Artur Costa Pais (Turistrela), Lino Torgal (Clube Nacional de Montanhismo) e Pedro Farromba (Federação de Desportos de Inverno), para além de Carlos Pinto.
A nova estrutura, designada Turismo da Covilhã, vai estar em destaque na próxima reunião de Câmara, agendada para amanhã. Com sede na Praça do Município, onde estão as instalações da autarquia, este organismo tem ainda como associados fundadores Pedro Silva, vereador na Câmara e adjunto do presidente; e David Fontes Neves, advogado. Contactado por o INTERIOR, Carlos Pinto, que, em Outubro passado anunciava a intenção de sair do organismo que substituiu a Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), confirmou que a associação constitui a nova estrutura que vem defendendo nos últimos meses, adiando para amanhã quaisquer declarações sobre o assunto. De acordo com os estatutos, a que O INTERIOR teve acesso, a Turismo da Covilhã é uma associação sem fins lucrativos «cuja natureza consiste na promoção e divulgação da Covilhã, com base no estabelecimento de parcerias públicas e privadas para a prossecução dos seus objectivos», podendo «criar delegações em qualquer outro local do país ou no estrangeiro».
O objectivo é a promoção do concelho e dos seus produtos tradicionais através do «estudo, preparação e desenvolvimento de acções específicas nos mercados externos», da definição de «políticas, objectivos e estratégias de promoção turística» no estrangeiro, querendo também «contemplar e proteger a promoção da marca Turismo da Covilhã». De resto, o nóvel organismo deixa a porta aberta à integração noutras organizações: «Para melhor desenvolver as suas actividades, poderá a associação filiar-se ou associar-se em organizações afins, sejam do âmbito nacional ou internacional», lê-se ainda. A Turismo da Covilhã, que tem agora meio ano para eleger os corpos sociais, está entregue a uma comissão instaladora constituída por Carlos Pinto, Pedro Silva e Pedro Farromba. O mandato dos titulares dos órgãos sociais terá a duração de quatro anos, não podendo ser eleitos para mais do que três consecutivos.
A Câmara da Covilhã contesta a criação do Pólo de Desenvolvimento Turístico da Serra da Estrela desde Janeiro do ano passado, altura em que, juntamente com a autarquia do Fundão, interpôs uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco pedindo a sua suspensão, por considerar os estatutos da nova entidade ilegais – dado estarem integradas na Assembleia-Geral duas empresas privadas (Turistrela e Malcatur), que «inquinam a imparcialidade do órgão». Em Dezembro do ano passado, o tribunal viria a não dar provimento à providência cautelar, aguardando-se agora decisão sobre a acção principal.
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