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Covilhã é a «cidade motora» do desenvolvimento da região

Presidente da ANIL recusa afastamento do concelho do PRASD

O anúncio da exclusão da Covilhã, a par da Guarda e de Castelo Branco, do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Degradados (PRASD) não causa, por enquanto, sobressalto junto das forças vivas da “cidade neve”. José Robalo, presidente da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL) considera mesmo que ainda é cedo para se dizer que a Covilhã está fora das medidas de apoio de discriminação positiva – como benefícios fiscais, financeiros e sociais – enquanto que o presidente da Câmara «ainda não se quer pronunciar sobre o assunto» pois ainda «não teve tempo de analisar o estudo».

«O que é importante, é que a Beira Interior está entre as zonas a serem apoiadas», ressalva José Robalo, alertando que «não é pelo facto da Covilhã ter mais de 75 por cento que não vai ser apoiada». É que a Covilhã é uma cidade «motora de desenvolvimento» pelo que se não for apoiada «caímos no ridículo de não termos ninguém para a desenvolver», adverte.

José Robalo chama ainda a atenção para o facto dos «dados não serem tão optimistas quanto parecem», uma vez que no estudo não se teve em conta os dados deste ano, que economicamente foi «muito mau». O concelho da Covilhã foi um dos mais atingidos com a recessão económica, levando mesmo muitas empresas a encerrarem as portas. Por isso considera que o poder de compra “per capita” no concelho tenha ficado abaixo dos 75 por cento.

A juntar a isto, Robalo teme que «as medidas de apoio sejam ineficazes» se a Guarda, Covilhã e Castelo Branco ficarem de fora do programa. Isto porque, na sua opinião, a “massa cinzenta” está nestes três núcleos urbanos, onde a universidade e os politécnicos são factores determinantes para desenvolver a região. São a «locomotiva» que captam para o interior do país, e nomeadamente para esta região, o investimento dos empresários, dando como exemplo um grande «trunfo»: o Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia que o Governo se propõe a apoiar nestas medidas do PRASD. «Para onde vão as medidas de apoio? Para zonas onde não há pessoas?», critica, exemplificando que um projecto «grande como o Parkurbis» não tem viabilidade numa zona sem “massa crítica” e sem pessoas jovens, dinâmicas e empreendedoras. «Excluir a Guarda, a Covilhã e Castelo Branco não será uma boa medida, pois muitos dos programas não se vão executar», augura, pois são elas que permitem que «alguma coisa seja feita» aqui. De realçar que, a par do Parkurbis com forte vertente tecnológica a ser apoiado pelo governo, o estudo de Daniel Bessa aponta ainda como solução para desenvolver e evitar a desertificação na Beira Interior a concretização do Regadio da Cova da Beira para «desenvolver o sector agro-pecuário» e exploração da marca da Serra da Estrela.

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