Entre 14 e 27 de Março, o Teatro Cine da Covilhã vai acolher a oitava edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior com espectáculos de teatro, dança contemporânea e “workshops”. Este ano, grupos e peças serão sujeitos a uma avaliação do público e de um júri constituído por pessoas ligadas ao teatro. Além de uma escultura da autoria de Moreira Neves, os premiados receberão um cheque de 250 euros (prémio do público) e de 500 euros (prémio do júri).
A comemorar 15 anos de existência, cabe ao Grupo de Teatro Universitário da Beira Interior (TeatrUBI) inaugurar o festival com a mais recente produção. Com encenação de Viriato Morais, “D. Quixote Revisitado” tem como base de trabalho a “Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança”, escrita para marionetas por António José da Silva em 1733. Recorrendo a projecção vídeo, manipulação de marionetas e a interpretação de doze actores, a nova peça do TeatrUBI pretende ser uma «espécie de visita a um museu de arte barroca no século XXI». Prevista para estrear a 24 de Março está também “O Essencial Invisível”, uma produção colectiva do grupo da UBI com encenação de Ana Rita Carrilho e que tem a particularidade de obrigar os espectadores a assistir com uma venda nos olhos para que possam sentir o espectáculo «com todos os outros sentidos», adianta Maria do Carmo Teixeira, elemento do grupo. À semelhança do que tem acontecido em edições anteriores, o Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior volta a contar com a presença de grupos bem conhecidos do público covilhanense, caso dos espanhóis Maricastaña, com a peça “Totem”, versão adaptada do “Senhor das Moscas”, de William Golding, pelo encenador Fernando DaCosta, ou do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), com “Aventuras Extraordinárias do Príncipe e do Castor”.
O Grupo de Teatro da Universidade do Algarve (Sin-Cera), a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Cénico de Direito) e o Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GRETUA) também estão de regresso à Covilhã com “As Moscas”, de Jean-Paul Sartre, “À espera de Godot”, de Samuel Beckett, e “15 minutos de Glória”, de Jaime Rocha, respectivamente. O ciclo fica ainda marcado pela estreia de novos grupos, oriundos principalmente do país vizinho, como os ATUEX (Aula de Teatro de la Universidad de Extremadura – Badajoz), Aula de Teatro de la Universidad de Alicante e os profissionais Ábergo Teatro, bem como o Teatro do Ser (Grupo de Teatro da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e a Sociedade Onírica de Teatro Amador Orgânico (SOTÃO), do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto A bailarina Filipa Francisco, uma presença constante nas últimas edições, vai apresentar dia 25 o seu novo trabalho. Trata-se de um espectáculo de dança contemporânea que será exibido pela primeira vez em Portugal, depois da estreia em Nova Iorque em Dezembro último. A bailarina orientará no dia seguinte um “workshop” de dança contemporânea cujo resultado final será apresentado no bar e escadas do Teatro-Cine e junto ao edifício dos Paços do Concelho. O músico de Portalegre João Bucho dá o concerto de encerramento do festival no Bar da Associação Académica da UBI. A falta de apoios de empresas e instituições da cidade continua a ser a «única dificuldade» da organização, critica Rui Pires, presidente do TeatrUBI, para quem tem sido uma «luta constante» subsistir porque os principais apoios vêm da delegação do Centro do Ministério da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Liliana Correia