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Cova da Beira melhor que ULS da Guarda no “ranking” dos hospitais

O CHCB continua a ser o oitavo melhor hospital público do país, enquanto a ULS da Guarda volta a não entrar nos dez melhores. O estudo foi desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública.

As duas unidades de saúde da região alcançaram resultados distintos no “ranking” dos hospitais, desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública e divulgado na semana passada. O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) “segura” a posição obtida no estudo anterior, depois de ter descido três lugares há um ano. O CHCB surge em oitavo lugar numa lista liderada este ano pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que ultrapassou o Centro Hospitalar de São João (Porto), primeiro desde 2009 e com cinco vitórias nas oito edições do estudo, mas desta vez ficou na segunda posição.

A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda volta a não vigorar entre os 10 melhores hospitais públicos a nível nacional, destacando-se no tratamento de traumatismos e lesões acidentais, área em que ocupa a quinta posição quando, na edição anterior, era o quarto melhor hospital. A ULS guardense fica também fora dos cinco melhores no que diz respeito às doenças musculoesqueléticas onde, há um ano, ocupava a quinta posição. Ainda em relação aos melhores por serviços, o CHCB lidera no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva e das doenças dos órgãos genitais masculinos, melhorando os resultados de há um ano. Em comparação com o “ranking” anterior, a unidade de saúde da Covilhã e Fundão já não surge entre os melhores nas doenças do aparelho ocular, lista em que foi primeiro nos últimos dois anos.

«Estar nos 10 primeiros é o reconhecimento de todo o esforço feito por quem trabalha no centro hospitalar», considera Miguel Castelo Branco, acrescentando que também «demonstra que, no interior do país, é possível fazer boa medicina e ter boas condições para os cidadãos e profissionais». Quanto ao destaque em urologia, um serviço com quase meio século, o presidente do Conselho de Administração do CHCB defende que este «sempre se pautou por um esforço continuado de, apesar do número limitado de profissionais, prestar um serviço de âmbito até regional». Já relativamente à liderança no tratamento da insuficiência cardíaca, o médico salienta o trabalho desenvolvido há vários anos e que teve como objetivo «melhorar a abordagem e até a organização», posto que a patologia pode ser tratada por outras áreas, nomeadamente a medicina interna.

«Quer dizer que o hospital, na sua globalidade, está a tratar bem as pessoas com insuficiência cardíaca», considera Miguel Castelo Branco. E o serviço de cardiologia deve receber em breve mais dois médicos: «É provável que cheguem, um pelo concurso normal e há uma outra pessoa interessada em trabalhar cá», indicou.

Resultados ilustram dificuldades sentidas pela ULS Guarda

Por sua vez, a diretora clínica para a área hospitalar da ULS da Guarda, que envolve o Hospital Sousa Martins e o Nossa Senhora da Assunção (Seia), sublinhou que «os resultados obtidos enquadram-se na realidade concreta existente, nas limitações, nas diferenças e nas oportunidades ao dispor, que não são idênticas às de outras unidades de saúde do país». Para contrariar esta tendência, o hospital tem «procurado, ativamente, alargar e melhorar os cuidados de saúde que presta à população», assevera Fernanda Maçoas.

Segundo a responsável, as dificuldades fizeram-se sentir, por exemplo, em ortopedia, já que a ULS Guarda viu sair, em 2013, dois médicos e, «apesar dos esforços realizados, ainda não foi possível substituí-los». No entanto, a diretora clínica recorda os resultados do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), apurados pela Entidade Reguladora da Saúde, onde a unidade «obteve pontuação máxima na área de cirurgia do ambulatório, ginecologia, obstetrícia e artroplastias totais da anca e joelho». Para Fernanda Maçoas, «para diferentes tipos de avaliações há resultados diferenciados, pelo que foi com satisfação que tivemos conhecimento dos resultados do SINAS», evidenciou.

Sara Quelhas Oportunidades da ULS da Guarda «não são idênticas às de outras unidades de saúde», diz Fernanda Maçoas

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