A Guarda vai receber em breve o campeonato nacional de corta-mato do Desporto Escolar. Desde a alteração em que os “federados” passaram a poder participar a qualidade destas provas subiu bastante. No próximo dia 13 de Março será possível constatar isso mesmo “in loco”, nos terrenos adjacentes ao Pavilhão Municipal de S. Miguel, na zona do Rio Diz. O percurso delineado pela AAG foi uma feliz escolha. Não sendo demasiado duro é selectivo quanto baste e permite um acompanhamento pelo público de toda a prova o que só por si já é importante. Para os leitores mais identificados com a cidade da Guarda o ponto de observação mais privilegiado para assistir é na VICEG, da rotunda do Rio Diz à rotunda do relógio do Polis. A encosta onde estão previstos diversos equipamentos desse programa que as dificuldades financeiras parecem atirar para as calendas gregas é um espaço de excelência para a prática desportiva. Pode ser que esta organização do Corta-mato Nacional desperte todos os que têm andado adormecidos ou a pensar em projectos megalómanos e se olhe de vez para as potencialidades desse local como um simples mas produtivo espaço de lazer e de desporto aberto à população em geral.
Hoje, 17 de Fevereiro, foi dia de ensaio geral para o Nacional. Reuniram-se as escolas do Distrito que já tinham levado a efeito em cada uma delas a sua prova para fazer o Distrital de Corta-mato. Fazer é como quem diz. O que se passou na realidade é que o modelo adoptado este ano pelo Desporto Escolar foi alterado. Ao contrário dos anos anteriores, em que a prova tem sido organizada pelos professores que leccionam o Desporto Escolar em colaboração com a AAG, este ano decidiu-se entregar a organização do corta-mato a uma empresa. Foi com surpresa, para mais sabendo das dificuldades financeiras que o País atravessa que tal tivesse acontecido. Mais ainda, porque se desconhecem até ao presente qualquer queixa ou crítica negativa em relação às organizações dos anos anteriores. Numa primeira impressão parece que o domínio do negócio no desporto, ao exemplo do que acontece com os jogos Olímpicos ou as competições de futebol se estendem desta forma também à área do desporto de formação, no caso o Desporto Escolar. Apesar do aumento de despesa que a contratação de uma empresa pressupõe tal não seria muito grave se tudo corresse sobre rodas e se se aumentasse o nível de satisfação dos participantes. O problema é que não foi isso que aconteceu. As classificações acabaram por não chegar às mãos das escolas em tempo útil. Não se cumpriu o horário das provas, pois cerca das três da tarde ainda havia atletas que não tinham ido para as cantinas almoçar. Mas mais grave ainda foi a falta de entrega de medalhas ou de certificados de participação. O dinheiro não chega para tudo.
Por: Fernando Badana