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Corrupção na Força Aérea terá lesado Estado em 10 milhões

A Polícia Judiciária está a investigar um grande esquema de corrupção na Força Aérea.

Esta quinta-feira, inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) lançaram uma grande operação por todo o país – a operação Zeus – e detiveram oficiais da Força Aérea por suspeita de corrupção. Em causa está um esquema que terá rendido perto de 10 milhões de euros em comissões.

Em nota à comunicação social, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou entretanto que no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público, em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, encontram-se em curso mais de oitenta buscas domiciliárias e vinte e cinco buscas não domiciliárias, designadamente em equipamentos militares localizados na Grande Lisboa, em Beja e em Leiria. Foram emitidos mandados de detenção, revela a PGR, sem revelar o número.

Na operação Zeus participam vinte e sete magistrados do Ministério Público, cerca de três centenas de elementos da Polícia Judiciária, cerca de quatro dezenas de elementos da Polícia Judiciária Militar e trinta peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística e da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ.

O inquérito investiga suspeitas de que, pelo menos desde 2015, algumas messes da Força Aérea estão a ser abastecidas com alimentos seriam sobrefaturados, aumentando assim o valor a pagar pelo Estado Maior da Força Aérea. «Tal sucederia por acordo entre militares que trabalham nas messes, fornecedores dos géneros alimentícios e um elemento do departamento do Estado Maior da Força Aérea com funções de fiscalização das referidas messes», informa a PGR.

«Os fornecedores de diversas empresas entregariam determinadas quantidades de alimentos mas, o valor faturado no final de cada mês seria cerca de três vezes superior ao dos bens entregues na realidade. A diferença entre o valor faturado e o dos produtos efetivamente fornecidos seria dividida pelos elementos envolvidos», lê-se ainda na referida nota.

Em causa, adianta a PGR, estão factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção passiva, de corrupção ativa e de falsificação de documento. Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e pela Polícia Judiciária Militar.

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