P – Qual a importância do apoio à segunda fase das obras do Complexo Desportivo da ADE, no valor de 270 mil euros, atribuído pela Câmara da Covilhã?
R – É uma obra que estava parada há uns anos e esperávamos uma comparticipação de 70 por cento por parte do Governo. Andámos praticamente um ano a tratar de documentação para que isso pudesse acontecer, mas infelizmente essa possibilidade gorou-se e a Câmara assumiu concluir as obras por inteiro do Complexo Desportivo da ADE.
P- As obras vão ficar mesmo todas concluídas ou apenas se destinam às bancadas e aos balneários?
R – Esse dinheiro não chega para finalizar toda a obra. Esta é uma fase em que o presidente da Câmara entendeu dar início às obras e depois irá apresentar mais financiamentos para se poderem concluir. Trata-se do início para não mais parar até estar concluída. São 270 mil euros para uma obra que já começou [na semana passada] e está em bom andamento. A estrutura inclui a sede social, o piso sintético, um centro de estágio, balneários, posto médico, ginásios e, consoante o dinheiro, vamos fazendo os trabalhos. O que agora vai ser feito para podermos inaugurar em finais de Setembro será a sede social, o fecho das bancadas, a aplicação das cadeiras e o sintético. Depois as obras vão continuar e esperemos que durante o próximo ano fique tudo concluído.
P – Quando, em 2004, o clube decidiu suspender o futebol sénior pensava que este processo se iria arrastar tanto tempo?
R – O clube não tinha condições para continuar com o futebol sénior e a situação mantém-se. Gostaríamos de ter concluído o complexo em menos tempo, mas, às vezes, as coisas não correm como queremos. Há quem diga que é um projecto megalómano, mas para mim esses são aqueles que são feitos para não servir ninguém. Este vai servir uma cidade, uma região e um clube, que movimenta cerca de 300 atletas actualmente, e logo que esteja concluído de certeza que esse número irá aumentar. O projecto tem pernas para andar porque a ADE, mesmo sem grandes condições, em 33 anos de existência tem aumentado o número de atletas e de campeonatos ganhos. Isto será o enriquecimento do clube a nível de estruturas e para todo o concelho, porque há várias entidades com que a ADE pode fazer protocolos como a UBI, o Inatel ou as escolas.
P – Quando prevê o regresso do futebol sénior?
R – É complicado. Por minha vontade já tinha começado ontem e pela dos dirigentes anteontem. Há um projecto que a gente quer do aproveitamento dos jovens atletas que são formados na ADE. Temos a convicção de que é o projecto certo para a cidade e vamos levá-lo por diante, logo que as infraestruturas estejam concluídas.
P – A aposta nas camadas jovens continua a ser a imagem de marca do clube, mas este ano esse estatuto foi um pouco abalado com os títulos distritais alcançados pelo Sporting da Covilhã…
R – A ADE faz o seu trabalho, ganhou o título de iniciados, infelizmente não conseguiu ganhar mais. Vai continuar a trabalhar. Queiram ou não, continuamos a ser o baluarte do futebol de formação da região e somos respeitados e estimados por todas as estruturas federativas e associativas. Por falta de algumas condições, que nos têm faltado, não temos conseguido atingir os objectivos que pretendemos. É certo que é cada vez mais complicado, porque todos os clubes estão a trabalhar cada vez melhor, mas vamos continuar a trabalhar para conseguir fazer coisas melhores.
P – O protocolo de cedência de jogadores entre os dois clubes continua em vigor?
R – Não há qualquer protocolo. Cada clube está a fazer a sua vida. Houve um entendimento há dois anos e nada mais que isso.
P – Como explica este distanciamento entre os dois clubes?
R – Isso tem que ser perguntado às pessoas que estão ligadas ao Sporting da Covilhã, pois pela ADE têm uma porta aberta. É um clube humilde, de gente humilde e trabalhadora e que quer continuar a sê-lo e, portanto, não admitimos faltas de respeito. Temos um carinho e um respeito muito grande pelo Sporting da Covilhã e também queremos ser respeitados. É só isso e mais nada.