Com a Feira das Tradições à porta, a Adega de Pinhel prepara-se para marcar presença num stand. Este é já um certame característico da “cidade-falcão” e nenhum pinhelense quer ficar de fora.
Assim é para o presidente da cooperativa, que considera que a participação na XXIIª edição do certame é «mais um passo para manter uma relação de proximidade com os sócios, através de um espaço que os representa, mas é também uma oportunidade de promoção dos nossos vinhos». Tornar os vinhos mais acessíveis e visíveis com esta presença na Feira das Tradições é a intenção de Agostinho Monteiro, que quer chegar aos milhares de visitantes que passam por Pinhel no fim-de-semana do evento. Além dos vinhos já conhecidos da Adega, no stand será também dado a conhecer o espumante D. Manuel I, uma aposta recente da cooperativa «mas que está a sair muito bem», refere o responsável. Também o D. João I sofreu uma ligeira alteração e apresenta-se agora com «um perfil diferente, enquanto o próprio néctar está mais macio e aromático». Trata-se de um vinho de mesa, o mais icónico da Adega pinhelense, e Agostinho Monteiro não tem dúvida que quem o prova «tem uma agradável surpresa».
Parar de inovar, não só nas técnicas de produção, mas também nos produtos apresentados é umas das preocupações da atual direção de uma das mais antigas cooperativas da região que se prepara para entrar no mundo dos frisantes. Trata-se de um projeto que ainda está em fase de estudo, «mas esperamos que este vinho seja lançado em junho ou julho», adiantou o dirigente. A confirmar-se a estreia da Adega de Pinhel na linha de frisantes, estes vão ser produzidos no novo armazém que a instituição espera inaugurar em março.
Na última campanha, das largas toneladas de uvas entregues pelos sócios resultaram 13,5 milhões de litros de vinho, dos quais 2,5 milhões foram engarrafados. Com uma produção de uvas «muito além do que é normal» e com menos tempo para ser feita, a preocupação da Cooperativa era assegurar a qualidade do produto final, que «só tem sido conseguida com as alterações que fizemos nas nossas instalações, tendo sido necessário investir na modernização tecnológica». Por agora o futuro é encarado «com muito otimismo» e motivos não faltam. O maior desafio que se avizinha vem da rede de hipermercados Continente, do grupo Sonae, que solicitou exclusividade de comercialização do vinho “Encostas do Côa”. «A resposta ainda não foi dada, mas, em princípio, vamos aceitar», revela Agostinho Monteiro.
Atualmente a Adega vive dias felizes «com as dificuldades a serem dentro do expectável» e devidas, sobretudo, pela concorrência ao vinho espanhol, «que chega a Portugal a preços inferiores aos nossos», lamenta o responsável.
Fundada em 1951, a Cooperativa de Pinhel está integrada na área geográfica da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior e conta com 1.580 associados nos concelhos de Pinhel, Almeida, Mêda e Trancoso.