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Contas com o futuro dos médicos

Saliências

Defendo uma Ordem dos Médicos que, a par com o Estado, a que pertence por força da delegação de funções, cumpra uma estratégia de saúde que vai desde a presença nos numerus clausus, aos conselhos científicos das faculdades de Medicina. Nós como estrutura profissional sabemos o que queremos ver ensinado, como e por quem. A progressão nas carreiras ou o fim delas tem de estar na nossa ordem do dia. O que é e para que serve a Medicina Familiar, se deve ser o pilar do sistema. Compete-nos diminuir as estruturas representativas dos diferentes teatros dos médicos, que só enfraquecem uma estrutura mais global. A Ordem tem de participar na discussão dos Hospitais SA, tem de saber como serão os contratos dos médicos e se nos dignificam.

Mas também tem de ser esclarecedora das condições de higiene e de saúde em que trabalham os seus profissionais. Há lugares indignos da prática médica e deviam ser encerrados. Há serviços imundos e edifícios ruinosos que devem ser abatidos à prática séria da profissão. A Ordem tem de lutar por preços justos nos contratos das seguradoras e das convenções. Tem de estar na revolução legislativa que leva a um inevitável reduzir de custos e portanto rotatividade de profissionais. Mas tem de estar nisto com espírito aberto e percebendo que a arma é a discussão entre pares. Tem de estar com a formação e aumento da sua qualidade. Os serviços não podem ser lugares de escravidão de formandos enquanto alguns se passeiam em clínicas privadas de manhã. Estas vergonhas são para todos nós e portanto da Ordem. Compete aos médicos perceber que os seus direitos serão legítimos num quadro bem evidente de qualidade e de certificação. Compete-nos deixar a cauda da Europa em índices de qualidade em saúde que são da exclusiva competência de quem não se actualiza ou se interessa.

Claro que as exigências de salários dignos e o fim de complementos e horas que completam os salários são uma prioridade, e não da exclusividade dos sindicatos.

Por: Diogo Cabrita

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