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Contas aprovadas por maioria

Assembleia Municipal da Covilhã deu “luz verde” à abertura de novo concurso para os Transportes Colectivos Urbanos

Apesar dos 11 votos contra de socialistas, comunistas e bloquistas, como seria de esperar, a Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por maioria, o relatório de actividades e conta de gerência da Câmara, relativas a 2006. Na reunião “morna”, sem grandes polémicas, realizada na última sexta-feira, foi também aprovada a abertura de novo concurso para a concessão do serviço público de transportes colectivos urbanos da Grande Covilhã.

«Esta é uma gestão meramente eleitoral, “chutando” a bola para as gerações vindouras para que sejam elas a pagar a factura. Houve falta de rigor no planeamento, obras inacabadas, paradas ou alteradas», criticou Marco Gabriel, que fez uma análise bastante detalhada das contas da autarquia. O deputado da CDU realçou que as Grandes Opções do Plano de 2006 tiveram uma taxa de execução de «20,66 por cento», pelo que «ou o planeamento de despesas e receitas foi altamente inflacionado, tentando iludir os munícipes sobre a realidade concreta do concelho, ou estamos perante um cenário de incapacidade para levar a cabo as actividades e objectivos propostos», criticou. Por sua vez, o PS, através de João Correia, realçou que «afinal, havia dívidas e era preciso pensar duas vezes antes de investir». Em oposição, a maioria social-democrata enalteceu a actuação do executivo, «atendendo à conjuntura e às restrições impostas», sublinhou José Curto. «As despesas com pessoal subiram só três por cento, o que revela o esforço de contenção, os proveitos subiram 4,5 por cento e os gastos 3,4», completou.

No final da Assembleia, aos jornalistas, Carlos Pinto garantiu que não pode fazer «milagres» e que «quando as Câmaras vivem na actual situação, depois do Governo lhes cortar as pernas, o que posso dizer é que a Covilhã é exemplar no cumprimento das suas responsabilidades e lançamento de obras». Acusando a CDU de «criticar quando há obra e fazer o mesmo quando não há», o edil sublinhou que «nós queremos desenvolvimento e as contas são subsidiárias disso. É preciso que estejam em dia, mas têm que estar ao serviço da Covilhã», realçou.

Reclamada «rápida» abertura do Centro de Diálise

Outro dos pontos que motivou algumas críticas da oposição foi a prestação do serviço público de transportes colectivos urbanos da Grande Covilhã, tendo sido aprovada, com 11 abstenções, a abertura de novo procedimento após a introdução de algumas alterações ao documento inicial. Mudanças que o vice-presidente da autarquia, João Esgalhado, explicou com um «aperfeiçoamento documental» capaz de dar «garantias adicionais de maior qualidade da prestação de serviços no futuro». Recorde-se que, no início deste mês, a autarquia decidiu anular o concurso para a concessão dos transportes, lançado no ano passado, por pretender alterar o caderno de encargos de modo a ser mais exigente. Sem resposta ficaram os pedidos de esclarecimento dos socialistas sobre o processo de venda dos 49 por cento da empresa municipal Águas da Covilhã (AdC), com a deputada Catarina Mendes a criticar o «repentino silêncio» de Carlos Pinto sobre a matéria. Aos jornalistas, e depois de muita insistência, o edil apenas confirmou que «ainda estão a decorrer negociações com os concorrentes» e que «estamos muito próximos dos trâmites finais». No período de antes da ordem do dia, o deputado Francisco Simões, da bancada do PSD, apresentou uma moção onde defende a rápida entrada em funcionamento do Centro de Diálise da Covilhã. O documento, aprovado por maioria, com oito abstenções, solicita ao Ministério da Saúde que acelere a assinatura do protocolo que irá permitir a prestação de cuidados de hemodiálise na cidade, uma medida necessária para «poupar dinheiro aos contribuintes e cansaço aos doentes que têm que percorrer 150 quilómetros três a quatro vezes por semana», recordou.

Ricardo Cordeiro

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