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Constituída empresa que vai construir teleférico de Alvoco

Projecto pode custar cerca de 15 milhões de euros e terá capacidade para transportar quatro mil pessoas por hora até à Torre

Designa-se Teleférico da Torre, Turismo e Lazer, SA e tem por missão construir o futuro teleférico entre Alvoco da Serra e o ponto mais alto do continente, na Serra da Estrela. A sociedade, com capital social de 50 mil euros, foi formalmente constituída na última segunda-feira, no cartório de Seia, e integra a Turistrela, a Câmara de Seia, as freguesias da zona Norte da serra e alguns particulares. Accionistas que pretendem avançar ainda este ano com o ante-projecto e os estudos de impacte ambiental para concretizar aquilo que consideram um «sonho antigo».

«A partir de agora temos uma entidade responsável pela concretização do empreendimento», garante João Luís de Brito, presidente da Junta de Alvoco da Serra e “pai” da ideia. O projecto, um dos mais ambiciosos para o desenvolvimento da Serra da Estrela, reúne, para além da Turistrela e da autarquia, as Juntas de Alvoco, Cabeça, Loriga, Sazes da Beira, Teixeira, Vide e Valezim, contando ainda com o apoio da AIBT da Serra da Estrela e da Região de Turismo. As primeiras estimativas da concessionária do turismo serrano, principal impulsionadora da iniciativa e que ficou responsável pela gestão do investimento, apontam para um custo global de 15 milhões de euros. No entanto, ainda faltam a respectiva autorização e licenciamento por parte das entidades competentes. «São fases que já vão poder avançar, porque temos um levantamento prévio e uma ideia concreta de onde vai ser implantado o teleférico», adianta João Luís de Brito, acrescentando que os terrenos por onde vai passar são quase todos baldios. O autarca espera, no entanto, que esta localização não seja inviabilizada pelas condicionantes ambientais da zona, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.

A ideia da instalação de um teleférico surgiu quando a Junta de Alvoco, juntamente com Loriga, reivindicou um acesso directo ao planalto central. Por outro lado, há também a necessidade de disponibilizar um meio alternativo de acesso ao ponto mais alto da Estrela, criando parques de estacionamento na base e na Lagoa Comprida para os visitantes subirem sem problemas até à Torre. Um estudo final, divulgado em Setembro do ano passado, propunha a instalação de um sistema mecânico de transporte de turistas, por telecabine ou teleférico, semelhante aos existentes nalgumas zonas de montanha da Europa. O equipamento vai desenvolver-se numa extensão de três quilómetros, entre os 1.200 e os 1.980 metros de altitude. Os promotores estimam poder transportar quatro mil pessoas por hora entre Alvoco e a Torre. Para Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, a constituição da Sociedade Teleférico da Torre é um passo «muito importante» para o desenvolvimento da Serra da Estrela. «É com este tipo de parcerias que o turismo se irá desenvolver de uma forma sustentada», considera, esperando que o equipamento potencie o aumento do número de visitantes na região. O empresário destaca ainda o facto de resolver no futuro «um dos maiores problemas» que prejudica actualmente o turismo na Serra, que é o transporte de pessoas até ao seu ponto mais alto. «Em alternativa, teremos um meio mais cómodo, eficiente, rápido e que contribui para a diminuição da poluição que afecta cada vez mais a zona da Torre, evitando a circulação excessiva de automóveis», sublinha Artur Costa Pais.

Luis Martins

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