O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira uma resolução que viabilizará a Côa Parque, em Vila Nova de Foz Côa, autorizando a transferência das verbas necessárias para a fundação que gere o Museu e o Parque Arqueológico do Côa poder saldar integralmente as suas dívidas.
O Governo decidiu ainda reforçar a sua presença no respetivo núcleo de fundadores com a entrada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que se junta aos ministérios da Cultura, da Economia e do Ambiente. Esta alteração servirá de pretexto para se proceder, em breve, a uma revisão dos estatutos da fundação. Desta forma, fica definitivamente afastado o cenário de extinção daquela entidade defendida pelo anterior ministro da Cultura, João Soares, que pretendia colocar o Museu do Côa sob a tutela direta da Direção-Geral do Património Cultural. Gustavo Duarte, presidente da Câmara e membro fundador da Côa Parque, espera que agora «as coisas se consigam inverter e que a fundação possa, finalmente, desempenhar o seu papel de promoção e divulgação do nosso património». Segundo o autarca, o problema da instituição centrava-se na «falta de financiamento», o que fez com que acumulasse uma dívida que ronda agora os 500 mil euros, de acordo com Gustavo Duarte.
Por isso, esta solução «é o princípio da resolução dos problemas, pois o bom funcionamento da instituição vai depender dos serviços administrativos, entre outros», considera o edil. A medida aprovada em Conselho de Ministros não surpreendeu o presidente do município de Vila Nova de Foz Côa, uma vez que «tivemos algumas reuniões com o ministro da Cultura, inclusive para resolver esta situação, e criou-se agora um regime de exceção que vai possibilitar pagar as nossas dívidas e fazer com que não haja cortes». A Côa Parque, fundada em 2011, atravessou recentemente uma difícil situação financeira, que levou à contração de dívidas a diversas entidades. O objetivo da sua criação é a gestão do Parque Arqueológico e do Museu do Côa, tendo em vista a proteção, conservação, investigação e divulgação da arte rupestre, classificada Património Mundial da UNESCO em 1998.
O seu capital social está distribuído da seguinte forma: 275 mil euros, da Direção-Geral do Património Cultural, cem mil euros da Agência Portuguesa do Ambiente e do Turismo Porto e Norte, 20 mil euros da Câmara de Vila Nova de Foz Côa e cinco mil euros da Associação dos Municípios do Vale do Côa.
Patrícia Garrido