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Conflitos

Menos que Zero

Quase dois anos após a conclusão das obras, 148 famílias continuam à espera da chave de uma das habitações sociais construídas no Tortosendo. Tudo por causa do diferendo entre a Câmara Municipal da Covilhã e o Benfica do Tortosendo, ou melhor, entre o presidente da Câmara e o presidente da Assembleia-geral do Benfica, ou ainda, entre o militante do PSD, Carlos Pinto, e um militante do PS, Artur Meireles

Na última sessão da Assembleia Municipal, os dois autarcas exaltaram-se, insultaram-se e trocaram acusações. Depois de uma enorme confusão, que obrigou mesmo à suspensão dos trabalhos, a discussão acabou, mas o problema mantém-se.

As casas degradam-se, as famílias desesperam, a solução tarda. Veremos se no final são apuradas responsabilidades.

A RUDE e a Câmara do Fundão andam de candeias às avessas. A Câmara diz que a RUDE está a discriminar o Fundão. A RUDE diz que a Câmara se candidatou a medidas cujas dotações estão esgotadas e que há outras associações fundanenses que conseguiram financiamentos.

No meio de todas esta embrulhada, os munícipes ficam sem perceber o que se passa. Que, afinal, é uma coisa simples: questiúnculas pessoais de técnicos que transitam de uns organismos para outros e que, pensando ser detentores de todo o saber, descobrem depois que são iguais a toda a gente.

Continuam as guerras internas no Instituto Politécnico da Guarda. Entre actos eleitorais impugnados, encerramentos de edifícios a cadeado e demissões de presidentes, não passam duas semanas sem que o IPG seja notícia pelas piores razões. E é pena. Com óptimas instalações, bons recursos humanos e uma oferta de cursos muito interessante, o Politécnico da Guarda tem um potencial enorme. É verdade que a instituição tem sofrido com a falta de alunos, mas esse é um problema que afecta todo o Ensino Superior, com maior incidência no Interior. Porém, o verdadeiro problema que prejudica o IPG é um conjunto de pessoas com responsabilidades que coloca as questões pessoais à frente das institucionais. O IPG precisa que os seus dirigentes encontrem uma estratégia para todo o Politécnico, em lugar de se vangloriarem com as pequenas vitórias de cada escola. Porque, ao contrário do que alguns destes senhores pensam, o mal de uns é o infortúnio de todos. Os cursos mais procurados pelos alunos mudam de ano para ano: a escola que hoje está cheia, amanhã pode estar vazia, por isso tentar isolar o bom desempenho de uma escola é uma estratégia completamente errada.

Cada nova polémica é um tiro nos pés. Os alunos, professores e funcionários não merecem. E a região também não.

Por: João Canavilhas

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