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Condutores não acompanharam a evolução das estradas e dos veículos

A prevenção rodoviária esteve em debate na Guarda na semana passada

Tem havido melhorias evidentes nas vias e nos automóveis que têm contribuído decisivamente para a redução da sinistralidade rodoviária. Esta foi uma das principais conclusões de mais uma tertúlia do ciclo “Serões na Guarda”, promovido pelo Comando Territorial da Guarda da GNR, no âmbito das comemorações do centenário da chegada daquela força policial à cidade.

Subordinada ao tema “Prevenção Rodoviária”, a iniciativa, realizada no café concerto do TMG, teve como oradores Luís Celínio e o capitão Cláudio Saraiva, com moderação de Luís Baptista-Martins, diretor de O INTERIOR. O antigo delegado da Prevenção Rodoviária Portuguesa na Guarda salientou que a infraestrutura, o veículo e o condutor são «três fatores fundamentais» para haver segurança na estrada, sendo que a evolução nos últimos 40 anos a nível de vias e automóveis foi «fantástica» mas este «salto qualitativo» não foi devidamente acompanhado pelo «único interveniente» no processo «com capacidade racional». Por isso, Luís Celínio defende que «o fator que mais precisa de ser trabalhado é o humano» e que esse trabalho deve começar «logo nas escolas primárias e continuar depois no ensino da condução».

Por seu turno, o comandante do Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda sublinhou que «há que dar mais relevância às medidas preventivas do que corretivas» e que «ainda há muito trabalho a fazer ao nível dos nossos condutores», embora se tenha mostrado agradado com a assinalável redução de acidentes e de vítimas registada no distrito desde que a A25 substituiu o famigerado IP5.

O responsável indicou ainda que fatores como a velocidade, álcool e a não utilização de cinto de segurança estão «normalmente sempre presentes em acidentes mortais». Participante na tertúlia, Carlos Filipe Camelo, presidente do município de Seia, ouviu o capitão Cláudio Saraiva explicar que a EN 17 e a EN 231, que atravessam o concelho, são das vias «mais patrulhadas no distrito» por serem também das que mais tráfego e acidentes registam. Cláudio Saraiva acrescentou que a GNR atua a três níveis: sensibilização, fiscalização e penalização. De resto, o responsável não encontra inconvenientes em divulgar as operações de fiscalização nas redes sociais, adiantando que «não tem sido por isso que têm diminuído os acidentes e as contra ordenações».

Ricardo Cordeiro Capitão Cláudio Saraiva, à esquerda, não vê inconvenientes em divulgar as operações de fiscalização nas redes sociais

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