Uma mulher que matou o filho de dez anos na localidade da Catraia do Sortelhão, na Guarda, em setembro de 2017, foi condenada a 18 anos de prisão.
O coletivo de juízes do Tribunal local sentenciou Ilda Gonçalves, de 46 anos, pela prática, em autoria material e na forma consumada, de um crime de homicídio qualificado, tendo o acórdão sido proferido a 28 de junho. Segundo a decisão, durante o julgamento foi provado que a arguida, que padece de doença psiquiátrica – sofre de Síndrome Depressivo Grave com Sintomatologia Psicótica –, «agiu de forma livre, deliberada e consciente, com o propósito concretizado de matar» o filho. Dentro da moldura penal de 12 a 25 anos de prisão, o Tribunal da Guarda decidiu aplicar 18 anos, uma vez que a favor da mulher pesaram a ausência de antecedentes criminais e o facto de estar «inserida socialmente e ter confessado integralmente os factos» de que estava acusada. Na primeira sessão do julgamento, Ilda Gonçalves confessou o crime, mas alegou que matou o filho, asfixiando-o com um cachecol porque «ouvia vozes». «Era tudo na minha cabeça. Ouvia vozes para acabar com a minha vida e com a vida do meu filho», justificou a arguida, que tentou suicidar-se após o crime, tendo sido detida pela Judiciária na Psiquiatria do Hospital Sousa Martins, onde esteve internada.
