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Comunidade Intermunicipal apresenta plano estratégico até 2020

Coesão territorial, criação de emprego, atração de investimento e fixação da população são as prioridades

2.155 milhões de euros é este o valor atribuído ao Plano Operacional Regional do Centro no novo quadro comunitário 2020. Na passada sexta-feira a Comunidade Intermunicipal (CIM) Beiras e Serra da Estrela e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) deram a conhecer os números e quais as prioridades no território.

O vogal da comissão diretiva do Centro 2020, Jorge Brandão, explicou que este valor servirá essencialmente para «apoiar as empresas e as entidades que apoiam empresas, como é o caso da Universidade da Beira Interior (UBI) e das associações empresariais». Numa sessão realizada na UBI, na Covilhã, este responsável da CCDRC disse-se expectante com este novo plano e acredita que «vai ajudar a tornar a região mais inovadora e com mais emprego, mais qualificado, com oportunidades para os jovens», sem esquecer uma economia competitiva que permita atrair e investimento e fixar pessoas, tornando ao mesmo tempo o centro do país numa região «mais coesa»

Relativamente ao anterior quadro comunitário, o horizonte 2020 destaca-se por incorporar o Fundo Social Europeu, juntamente com o (Fundo de Desenvolvimento Regional) FEDER, o que segundo Jorge Brandão «permite trabalhar numa loja integrada, associando as valências de cada um», sendo que será possível intervir no desenvolvimento regional, conciliando com a criação de emprego e a formação e inclusão social. Desta forma, estão previstas «novas abordagens territoriais, com projetos que levem à transformação do território». Para já, a maioria dos projetos apresentados e que estão inseridos neste plano comunitário «são de cariz imaterial», explicou Vitor Pereira, presidente da CIM Beiras e Serra da Estrela.

«Neste momento queremos valorizar os nossos produtos endógenos, as nossas marcas, bem como os “clusters” onde somos fortes» e desta forma combater as assimetrias da CIM e gerar a coesão territorial. O também presidente da Câmara da Covilhã aponta a economia, a criação de emprego e riqueza como as principais estratégias da Comunidade Intermunicipal, no entanto lembra que «o dinheiro que chega nunca é suficiente, o que nos obriga a ser mais seletivos e a priorizar melhor os nossos projetos». O dinheiro não irá dar para todos os projetos que estão na mesa, mas «o campo de intervenção da CIM não esgota a ação política dos municípios» e por isso é necessário «ter engenho e arte para ir a outras gavetas procurar dinheiro» de forma a obter outro tipo de subsídios, afirmou Vitor Pereira.

Estimativas para 2020

O horizonte 2020 define ainda medidas de discriminação positiva para os territórios de baixa densidade, o que o autarca covilhanense considera importante, mas preferia que fossem ainda acrescentadas «medidas de discriminação por via fiscal, como a abolição ou, pelo menos, a redução de portagens na A23 e apoios que facilitassem as empresas e os cidadãos da região». No entanto, recusa encarar a posição geográfica como uma fatalidade: «Deve ser vista como uma oportunidade pela proximidade com a Europa», sublinhou Vítor Pereira. Em 2020 espera-se que o novo Plano Operacional Regional tenha conseguido reduzir em 10 por cento as assimetrias regionais e permitido alcançar uma taxa de desemprego inferior a 70 por cento da média nacional. Espera-se também que 40 por cento da população jovem da região tenha formação superior nessa altura e que o Centro do país represente 20 por cento do PIB nacional.

Relativamente ao plano de regeneração urbana, também inserido neste quadro comunitário, as cidades da Guarda, Covilhã, Seia e Gouveia serão as únicas contempladas com o fundo. No caso da Covilhã, a autarquia já definiu prioridades, sendo as escolas de primeiro ciclo as primeiras a concorrer a apoio «assim que abram os concursos». Também o Teatro Municipal não ficará esquecido. Já o aeroporto regional que também estava entre os desejos da Câmara da Covilhã «não cabe no plano estratégico de desenvolvimento intermunicipal, segundo as diretrizes de Bruxelas». Será por isso necessário procurar parceiros para concretizar uma infraestrutura que Vítor Pereira considera fundamental para toda a região.

Ana Eugénia Inácio Novo quadro comunitário quer discriminar positivamente territórios de baixa densidade

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