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Como “nasceu” a freguesia de S. Miguel

Vasco Gaspar, Américo Marques, Joaquim Mendonça e António Assunção foram os “fundadores”, com o apoio de Abílio Curto

A freguesia de S. Miguel da Guarda comemora, a 4 de Outubro, o 20º aniversário da sua criação. Oportunidade para recordar como tudo aconteceu em 1985. A ideia surgiu com as primeiras eleições pós-25 de Abril de 1974, conta Vasco Gaspar, actual presidente da assembleia. Nessa altura candidatava-se à Câmara da Guarda Fernando Cabeço, residente na Guarda-Gare, que venceu o escrutínio pelo PS.

Só que o primeiro presidente eleito da autarquia guardense prescindiu pouco depois do lugar a favor de Abílio Curto. «Talvez por isso tenha havido, da parte do presidente, uma certa simpatia pela Guarda-Gare», afirma Vasco Gaspar. No entanto, nas eleições seguintes foram convidados alguns residentes em S. Miguel para integrarem a Assembleia de Freguesia da Sé, facto que nunca antes tinha acontecido. Entre eles estavam Vasco Gaspar, Américo Marques e Joaquim Mendonça, tendo sido este último o presidente da Assembleia da Sé nesse mandato. Essa participação acabou por levar estes três elementos a pensar na criação da freguesia de S. Miguel, pelo que fundaram, juntamente com António Assunção, uma comissão de melhoramentos da Guarda-Gare. Posteriormente, com o apoio de Abílio Curto, essa mesma comissão deu início ao processo de constituição da freguesia. Segundo Vasco Gaspar, um dos principais obstáculos foi a delimitação da área geográfica da nóvel freguesia, pois a comissão de melhoramentos pretendia que o limite fosse «do Rio Diz até à Quinta do Pontão, seguindo depois no caminho rural para o Carapito», recorda. Um desejo a que a Junta de freguesia de S. Vicente não acedeu.

Estabelecidos os limites, que ainda hoje permanecem os mesmos, a proposta foi levada por Abílio Curto para votação na Assembleia da República e foi aceite, corria o ano de 1985. «Não acreditávamos que fosse verdade», recorda Vasco Gaspar. Actualmente, a freguesia conta com cerca de 7.000 residentes, mas na altura da constituição eram «menos de metade», garante o presidente da Assembleia. No entanto, Vasco Gaspar lamenta que «o número de eleitores não corresponda ao número de habitantes», já que muitos deles continuam a manter o seu voto nas aldeias de onde são naturais. Quando foi criada, a freguesia ambicionava pela construção de um parque infantil, contudo, o projecto só foi concretizado muito mais tarde. Outra das obras muito desejadas, e já realizada pela Junta, era um espaço próprio para a sede, conseguido há cerca de 15 anos, tendo a Junta funcionado nos primeiros tempos num armazém cedido gratuitamente. Actualmente a maior ambição dos seus responsáveis passa por melhorar os arruamentos, «que estão bastante degradados», construir um pavilhão polivalente para as diversas actividades locais e intervir na área escolar, refere Vasco Gaspar. Quanto ao balanço destes últimos 20 anos, o presidente da Assembleia de Freguesia constata que S. Miguel «mais que duplicou e por cá cresceram indústrias, comércio e restauração». Questionado sobre as comemorações, o autarca disse que a população aderiu «em grande número» e que este tipo de evento será, possivelmente, para repetir «nas celebrações dos 25 anos» de S. Miguel da Guarda.

Tânia Santos

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