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Comerciantes “fartos” das obras Polis

15 de Dezembro é a data apontada por António Saraiva para que a intervenção esteja concluída na zona histórica da Guarda

As obras de requalificação do centro histórico continuam a ser uma grande “dor de cabeça” para os comerciantes daquela zona. No último Verão, o director executivo do Polis, António Saraiva, deixou garantias aos comerciantes de que as obras estariam concluídas em finais de Setembro, ou na melhor das hipóteses, no princípio de Outubro. Até anunciou uma grande festa para a inauguração do novo espaço. Estamos em Novembro e as máquinas continuam no “coração” da cidade, as ruas estão esburacadas e os passeios enlameados. Desta vez, as obras devem ficar concluídas até 15 de Dezembro.

Com o aproximar da época natalícia, a Associação do Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG) tem recebido vários testemunhos de consternação por parte dos seus associados, relativos à lentidão do processo de requalificação da zona histórica. «Todas as reclamações se centram numa única preocupação: quando é que terminam as obras?», refere Paulo Manuel, vice-presidente da ACG. Foram tantos prazos ultrapassados e adiamentos esfumados que «os comerciantes já perderam a esperança e não sabem no que devem acreditar», confessa o responsável. Até porque esta intervenção não se encontra concluída nas áreas que o Polis indicava como terminadas há vários meses no cronograma. «Apesar do grosso das obras estar quase concluído, há determinadas ruas que estão intransitáveis e que causam muitas preocupações aos comerciantes», adianta Paulo Manuel. Dando como exemplo a Rua Francisco de Passos, mais conhecida por Rua Direita, onde há valas abertas perto da Praça Velha e está também condicionada na zona do Torreão, ou seja, «a rua está a ser intervencionada em dois locais diferentes, em simultâneo, causando um prejuízo ainda maior», critica o vice-presidente da associação. Por isso, os proprietários dos estabelecimentos daquela zona estão «extremamente preocupados», diz Paulo Manuel, e com o aproximar da quadra natalícia o cenário torna-se mais preocupante.

«Trata-se de um período fundamental para os comerciantes. Estes dois meses são tão importantes como o resto do ano», garante Paulo Manuel, acrescentando que esta seria a altura ideal para que os associados recuperassem dos prejuízos acumulados ao longo dos vários meses de obras. «Mas, pelos vistos, ainda não é desta», lamenta-se. Além disso, a zona junto à escadaria da Sé ainda não está concluída e o mobiliário urbano também não se encontra colocado, aponta o vice-presidente da associação. Entretanto a ACG já fez chegar ao Polis estas preocupações. Por sua vez, o director executivo da PolisGuarda comprometeu-se a concluir a intervenção na Rua Direita até final de Novembro e a zona do Torreão até final de Dezembro. Sendo que as obras de requalificação deverão ficar totalmente concluídas «no dia 15 de Dezembro». Até ao final deste mês, a Praça Luís de Camões estará pronta, uma vez que só faltam alguns pormenores, como a marcação mais acentuada dos degraus, algum mobiliário urbano para demarcar a zona de circulação automóvel e a iluminação. A zona posterior da Sé, para o lado da Escola de Santa Clara, «está neste momento a andar a bom ritmo», assegurou António Saraiva.

Carros tomam conta da Praça

Confrontado com o cenário vivido nos últimos dias na Praça Luís de Camões, em especial durante a noite, António Saraiva gostava que «as pessoas começassem a olhar para aquele espaço como sendo de todos». Para tal, defende que «não devia ser necessário colocar elementos agressivos ao espaço urbano para que os carros não tomem conta daquela zona». No entanto, para evitar este tipo de situação, vai ser colocado um gradeamento que irá delimitar o acesso ascendente na Praça Luís de Camões. Mas também haverá pilares rotativos em duas zonas para que veículos prioritários e outros possam circular por aquela área. Até lá, o director-executivo da PolisGuarda adiantou ter já desafiado a autarquia para que, em conjunto, seja feita uma correcção ao actual regulamento de trânsito. Entre algumas das medidas sugeridas está o controlo dos horários de cargas e descargas, já que se fazem actualmente a qualquer hora do dia.

Patrícia Correia

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