O Tribunal de Seia condenou, na passada sexta-feira, o comandante dos bombeiros de Loriga a 900 euros de multa pela prática continuada de um crime de falsificação de documento. António Alves vai ainda ter que pagar 500 euros a Pedro Serapicos e Armando Marques, cujas assinaturas forjou em dois pedidos de exoneração do corpo activo que ambos desconheciam.
Um facto que o juiz deu como provado. O advogado de defesa, Nuno Almeida, declarou que vai ponderar recorrer da decisão para a Relação de Coimbra após “estudar o acórdão”. O caso ocorreu em 2004, quando os dois voluntários entraram para a GNR e foram destacados para longe da vila serrana. Dada a sua situação profissional, ambos deixaram de fazer serviço regularmente, mas nunca oficializaram qualquer pedido de exoneração do corpo activo. Contudo, Pedro Serapicos foi solicitado para entregar a farda e pagar as quotas por ter sido exonerado.
Estranhando a situação, o bombeiro confrontou o comandante com a missiva e mais surpreendido ficou quando este lhe apresentou uma folha de serviço onde constava a sua exoneração, entregando-lhe, posteriormente, uma cópia do alegado pedido. Na fase instrutória um exame pericial já tinha confirmado a intervenção de António Alves nos documentos em causa. Citado pelo jornal “Público”, o advogado dos queixosos revelou que os seus constituintes vão apresentar uma queixa junto da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga «para que seja levantado um processo disciplinar contra o comandante». Paulo Barata alegou que «alguém que actua desta maneira não tem idoneidade para comandar uma instituição como esta».
