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«Com a melhoria dos métodos e a experiência, os nossos patinadores têm condições para continuar a obter bons resultados»

Cara a Cara – Romeu Afonso

P- A patinagem artística é uma modalidade que está a ganhar força na Covilhã?

R- A Covilhã é única cidade do interior Centro em que se pratica esta modalidade de forma organizada e federada. No panorama de toda a região –nós pertencemos à Associação de Patinagem de Coimbra –, os três clubes da cidade (Unidos do Tortosendo, Academia de Patinagem da Covilhã e Académico dos Penedos Altos) têm já mais de 50 por cento dos praticantes. Assim sendo, é obviamente uma modalidade a ganhar força na Covilhã, já com mais de 100 praticantes.

P- Quantos atletas têm?

R- A secção de patinagem do Unidos do Tortosendo tem neste momento cerca de 35 praticantes, mas não tem mais porque não podemos. A limitação de espaço do pavilhão e de disponibilidade por parte da nossa treinadora obrigou a estabelecer um número máximo razoável de atletas para que os treinos possam ser de qualidade e a evolução dos praticantes de acordo com as expectativas dos próprios e dos pais. No entanto, há sempre lugar para todos os que quiserem patinar.

P- Que apoios têm?

R – O maior apoio é a disponibilidade e participação ativa dos pais dos atletas, sem dúvida. Em termos de instalações temos obviamente todo o apoio do clube que, dentro de todas as modalidades que muito bem proporciona aos jovens desta vila (e não só), disponibiliza uma série de horas semanais para os treinos da patinagem. Em ações pontuais, como organização de eventos ou deslocações, temos tido o apoio da Junta de Freguesia do Tortosendo e da Câmara da Covilhã.

P- Quais são as principais carências?

R – A maior carência da secção de patinagem é a mesma da maioria dos outros clubes de patinagem e, talvez, de muitos outros clubes de outras modalidades: falta de espaço físico para treinar na quantidade de horas que seria desejável. Se houvesse um pavilhão disponível 24 horas por dia para a patinagem, tanto melhor. Não havendo, temos sabido, em conjunto com a direção do clube, encontrar a melhor forma de contornar este “problema”. Por outro lado, e visto que estamos filiados numa associação com sede em Coimbra, temos bastantes provas a uma distância considerável e o custo com as deslocações é elevado. Temos tido o apoio, sempre que solicitado e dentro da disponibilidade, da Câmara da Covilhã e do clube (também dentro da gestão possível entre todas as modalidades que tem), mas é algo que, por norma, acaba sempre por ser suportado pelos próprios atletas.

P- Organizaram recentemente o Primeiro Torneio Internacional de Patinagem Artística, qual é o balanço? Quantas equipas estiveram presentes?

R – O balanço é extremamente positivo. Foi um desafio a nós próprios e para se ter uma noção daquilo a que nos propusemos, diria que em todo o país não existirão mais que 10 torneios organizados por clubes (há sim muitos torneios organizados por associações) e não haverá mais que três de cariz internacional. Estiveram presentes nove equipas, com cerca de 100 participantes no total, e conseguimos logo na primeira edição a internacionalização do torneio com a presença de três equipas espanholas.

P- Quais são os próximos objetivos?

R- A patinagem tem três tipos de eventos. Provas de Níveis (onde os atletas são testados e têm de demonstrar e saber fazer um conjunto de exercícios); torneios/competições oficiais (onde cada atleta apresenta o seu esquema e um conjunto de juízes avalia com notas de zero a 10 e obviamente vence quem tiver melhor pontuação) e festivais (onde, de forma mais lúdica, se apresentam esquemas individuais ou em grupo). O nosso objetivo é estar presente até final do ano em quatro festivais, um torneio e uma Prova de Níveis, o que, só por si, já dá uma ideia da dinâmica que a secção tem. Quanto a objetivos para o resto da época, que, ao contrário de outras modalidades, coincide com o ano civil e termina portanto a 31 de dezembro, queremos conseguir aprovar todos os atletas que se vão propor a Níveis, alcançar bons resultados classificativos no torneio em que vamos participar e apresentar bons esquemas de grupo nos festivais por esse país fora.

P- A patinagem artística do Unidos do Tortosendo tem condições para

singrar em competições nacionais e internacionais?

R – A patinagem do Unidos do Tortosendo nesta época (2016) venceu todas as provas oficiais da nossa Associação, foi campeã distrital por equipas e levou cinco atletas aos campeonatos nacionais. Com um trabalho de continuidade (é bom não esquecer que este projeto só tem quatro/cinco anos), com a melhoria dos métodos e com a experiência que vamos adquirindo, os atletas têm todas as condições para continuar a obter bons resultados – este ano vencemos medalhas de ouro em todos os torneios que participámos – e a levar atletas aos nacionais, tentando que melhorem as suas classificações e se aproximem de patinadores de outros clubes e associações que competem há 10, 20, 30 anos… Em termos internacionais, fomos convidados a participar num torneio em Espanha no início de 2017 e, a acontecer, será uma estreia “fora de portas” e mais um passo no engrandecimento desta magnifica secção de patinagem.

Perfil:

Seccionista da Patinagem Artística do Unidos do Tortosendo

Idade: 36 anos

Naturalidade: Covilhã

Livro preferido: “História de Portugal”

Filme preferido: “A Vida é Bela” e “Cidade dos Anjos”

Hobbies: Correr, ver desporto (qualquer que seja) e viajar

Romeu Afonso

Sobre o autor

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