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Coisas…

“À frente da lista do PS temos um homem sem categoria. E não é por lhe faltar alguma coisa em termos físicos”

Ana Manso, Comício do PPD, Maio de 2004, referindo-se a Sousa Franco

“Só mentes torpes poderiam achar que eu estaria a menorizar alguém intelectual ou fisicamente.”

Ana Manso, Jornal Expresso, Julho de 2004, referindo-se a mentes torpes

“Imagine-se se estivesse!”

Eu, Jornal O Interior, Julho de 2004, referindo-me a Ana Manso

Diz-se que o cúmulo do azar é cair de rabo e partir a parte da frente.

Se nos abstrairmos dos aspectos mais anedóticos (e dos mais trágicos) que rodeiam a sucessão de “azares” que decidiram perseguir a Dra. Ana Manso, conseguimos perceber que a coisa é muito séria, quanto mais não seja pelo simples facto de que a senhora é uma representante do povo, eleita e paga com o nosso dinheiro.

Para além do tom geral da carta que a Dra. Ana Manso sentiu necessidade de escrever ao Expresso, o que mais choca no texto é a utilização de termos como “ética”, “moral” “responsável” ou “solidária”. Como segunda causa de náusea podemos escolher pérolas como “questões meramente secundárias”, “crítica (…) violenta e cruel” ou um “currículo profissional e político imaculado”. Finalmente, que havemos de pensar do “lenitivo” escolhido ou sejam, “as palavras amigas” do Professor? A acreditar na viúva de Sousa Franco, essas palavras só terão existido na imaginação da Dra. Ana Manso. Ou será que devemos optar por acreditar na Gestora Hospitalar e Deputada do PSD?

Não foram claramente os “oportunistas políticos de uma esquerda à deriva” que enxovalharam o Prof. Sousa Franco num comício do PPD; não foi a “alegada superioridade intelectual e a deliberada inclinação ideológica de alguns profissionais da comunicação” que escreveu ao Prof. Sousa Franco; não foram os “omniscientes comentadores e outros tantos pseudopolíticos”, que se viram desmentidos e arrasados pela reacção de Matilde Sousa Franco.

Toda a gente sabe que, perante uma borrada, a pior coisa que se pode fazer é… tentar limpar. Acaba-se espalhando o que no início não passava de um pequeno montículo. Para além disso, a situação tornar-se-á um pouco mais embaraçosa se, durante o “espalhanço”, a autora da borrada desatar a berrar e gesticular, a chamar a atenção sobre si própria, acusando os outros, o mundo inteiro e arredores, de estarem a ver o que não vêm, a ouvir o que não ouviram e a descrever o que não existe. O que separa uma gafe de uma queda ao comprido está, provavelmente, na forma como lidamos com a gafe.Não fora esta recente conversão do Presidente da República às virtudes ultra-liberais de maiorias virtuais, talvez a Dra. Ana Manso não deixasse de pagar a curto prazo e com juros altos, não só a gafe, mas o espalhanço que se lhe seguiu.

Como diria o outro, agora aturem-nos!

Por: António Matos Godinho

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