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Clube da bancarrota: Espanha sobe ao 9º lugar

Com o cenário de possibilidade de eleições legislativas antecipadas e depois da descida de notação da Catalunha, o risco de default de Espanha sobe para mais de 21%. Juros da dívida no mercado secundário disparam

Espanha acaba de “ultrapassar” o Dubai no ranking dos dez países com maior probabilidade de entrar em default num horizonte de cinco anos. O risco de incumprimento subiu para 21,23%, segundo dados do monitor da CMA DataVision e os juros das obrigações espanholas em todas as maturidades no mercado secundário dispararam na abertura do mercado hoje de manhã. A Espanha subiu, por isso, para o 9º lugar, tendo entrado em 10º lugar na sexta-feira passada.

Segundo dados da Bloomberg, a maior pressão está a fazer-se sentir nos juros das OE a 2 e 3 anos e os juros das OE a 10 anos já estão em 5,6%.

A derrota eleitoral do partido do governo, o PSOE, nas eleições regionais e municipais deste domingo está a marcar a situação política espanhola. Com uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao PP (que ganhou globalmente estas eleições), a possibilidade de eleições legislativas antecipadas, antes do final da legislatura em Março de 2012, perfila-se no horizonte.

Como pano de fundo da situação espanhola, somam-se o elevado índice de desemprego, a insatisfação de largas camadas da população (como é visível no movimento de 15 de Maio), a situação das Cajas (bancos regionais) e o recente aviso à maior economia da Península Ibérica, a Catalunha, que viu o seu rating ser baixado na semana passada.

Refira-se que, nos lugares cimeiros do clube da bancarrota, se encontram a Grécia que lidera, Irlanda em 4º lugar e Portugal na 5ª posição.

A tendência altista não se limita a Espanha, ainda que esta seja a que manifesta maior variação diária.

Grécia, Portugal, Itália e Bélgica têm o risco de default a subir e os juros dos títulos publicos no mercado secundário em alta.

A Irlanda voltou a “ultrapassar” Portugal no ranking de risco, regressando ao 4º lugar no TOP 10 mundial.

Os juros das obrigações do Tesouro portuguesas abriram em alta e a maior pressão está a ser exercida nos juros a 2 anos.

A Itália viu a agência Standard & Poor’s modificar a perspectiva de revisão do rating para negativa na sexta-feira passada e o jornal grego Kathimerini noticiava hoje de manhã que Atenas apenas “ten dinheiro até meados de julho para evitar o default”, se o plano de resgate não prosseguir.

Na Alemanha, a coligação no governo federal, liderada por Angela Merkel, perdeu, este fim de semana, as eleições na cidade-estado de Bremen.

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