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CIP considera que aumento da electricidade para indústria agrava competitividade

A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) afirma que o novo aumento do preço da electricidade para os clientes industriais coloca Portugal em condições de competitividade muito desfavoráveis e admitiu o encerramento de muitas fábricas face à inexistência de ajudas. O presidente da CIP, Francisco Van Zeller, considera que a forte dependência de Portugal face ao petróleo e a seca que atinge o país – que se traduz num aumento dos preços -, coloca o Governo perante difíceis decisões para impedir que as fábricas fechem e o investimento se afaste.

«Ou o Governo intervém na fixação dos preços, tal como faz Espanha, ou se continuarmos a ser racionais e honestos, as indústrias vão continuar a fechar uma por uma», afirmou o responsável em declarações à Agência Lusa. Francisco Van Zeller admite, no entanto, que o facto de o Governo passar a fixar os preços da electricidade não será uma decisão fácil, pois pressupõe um recuo face às orientações europeias. Os preços da electricidade em Portugal, ao contrário de Espanha, são fixados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Esta diferença no quadro regulatório entre Portugal e Espanha tem sido apontada a propósito da criação do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL), mas o presidente da CIP considera que este não é um assunto que interfere com a política energética em Espanha. «Os espanhóis limitam-se a defender a sua indústria», referiu. O governo espanhol fixou um aumento anual de 1,61 para os clientes industriais. Em Portugal, para além do aumento anual da tarifa que varia entre os 2,3 por cento para os clientes de Média Tensão (MT) e os 2,4 por cento para os clientes de Muita Alta Tensão (MAT) e Alta Tensão (AT), são feitos ajustes trimestrais em função do preço de aquisição de combustíveis. A ERSE determinou que a partir de 1 de Abril e até ao final de Junho, os preços para os clientes de MAT subam 9,82 por cento, para os clientes de AT aumentem 8,68 por cento e para os de MT haja um acréscimo de 5,59 por cento. Para os clientes industriais da Madeira a factura sobe em 5,6 por cento e para os dos Açores em 4,99 por cento.

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