A administração do Serra Shopping está a tentar reabrir as suas quatro salas de cinema a «curto prazo». A interrupção da exibição comercial na cidade, e até no distrito de Castelo Branco, levou a Câmara a procurar alternativas e, nesse sentido, duas coletividades já foram contactadas para avaliar a possibilidade de poderem vir a realizar sessões de cinema.
O vice-presidente do município adiantou a O INTERIOR que a autarquia «está a trabalhar para encontrar uma alternativa», daí estar «em conversações com duas coletividades que poderão exibir filmes». Pedro Farromba não quis revelar quais são, mas é certo que a sala de cinema do Águias do Dominguiso, com capacidade para 130 pessoas, é uma das hipóteses. O autarca adiantou ainda que o município recebeu «a garantia» da Sonae Sierra de que os cinemas do Serra Shopping iriam reabrir «até ao final do primeiro semestre deste ano». Pedro Farromba reconhece que a situação é «negativa» e que «algumas das pessoas que iam ao cinema acabavam por comer na zona de restauração e fazer compras noutras lojas». Quanto à administração do Serra Shopping, realçou a O INTERIOR que, «tal como nos restantes centros onde as salas encerraram, estão a ser analisadas diferentes opções para estes espaços que esperemos que se concretizem a curto prazo, sendo que a opção ideal passará pela manutenção da mesma atividade».
Contudo, a administração considera ser «prematuro, para já, avançar com uma situação concreta», adiantando que a alternativa será comunicada «oportunamente». Quanto ao impacto resultante do encerramento dos cinemas, a mesma fonte acredita na «qualidade e diversidade da oferta comercial do Serra Shopping». Também o presidente da comissão executiva da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor vê com «muita apreensão» o encerramento dos cinemas do centro comercial: «Por um lado, pela importância que o cinema tem para a região e, por outro, também temos associados com lojas no shopping. Entendo que representa um rude golpe nas dinâmicas comerciais da cidade e que poderá provocar grandes prejuízos», considera Miguel Bernardo. Por isso, o dirigente espera que o cinema «volte rapidamente» à cidade, que sempre teve uma sala desde a década de 40.
Recorde-se que a Sonae Sierra não chegou a acordo com o operador dos cinemas Castello Lopes para a continuidade de exploração nos seus centros comerciais, em virtude da exibidora ter acumulado uma «dívida de valor muito elevado e não reuniu outras condições necessárias à viabilização da operação dos cinemas». Como a Socorama – empresa que opera na área da exibição de cinema sob a insígnia Castello-Lopes Cinemas – também encerrou a sua atividade no Forum Castelo Branco, a Guarda é, desde a última quinta-feira, a única cidade da Beira Interior com oferta de cinema comercial. “Django libertado”, “Os miseráveis”, “Anna Karenina”, “Cloud Atlas”, e “Decisão de Risco” foram os últimos filmes exibidos pelos cinemas Castello Lopes do Serra Shopping, na passada quarta-feira. Aquele complexo de cinema tem capacidade para 593 lugares, repartidos por quatro salas.
Ricardo Cordeiro 
