A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) aprovou, na semana passada, uma moção contra o encerramento dos balcões da Caixa Geral de Depósito (CGD) em Almeida e Silvares (Fundão), com os municípios a admitirem rever os relacionamentos comerciais com o banco público.
«Caso a CGD persista na continuidade deste processo enfermado pela falta de equidade, transparência, racionalidade e respeito institucional, ponderam os municípios da CIMBSE, sem prejuízo de outras ações, suscitar a revisão dos respetivos relacionamentos comerciais com o banco público», avisa a Comunidade Intermunicipal em comunicado. A moção salienta que a decisão da CGD não está fundamentada em «critérios objetivos, universais e transparentes» e que o banco estatal «não atendeu às especificidades dos territórios de baixa densidade nem acautelou o princípio da equidade, ignorando questões como a inexistência de alternativas, o perfil demográfico dos territórios afetados ou o contexto socioeconómico, o que revela total divergência face à estratégia nacional de coesão territorial e às políticas públicas de valorização do interior».
«Por esta ordem de razões, a CIMBSE não aceita o encerramento de nenhuma das agências da CGD localizadas no seu território, agora ou no futuro, nem aceita, como alternativa, que as suas populações sejam utilizadas como cobaias para serviços alternativos desajustados da realidade», sublinha a Comunidade Intermunicipal, vincando que não foram as populações nem as agências em causa as responsáveis pelos «graves problemas» do banco público. Anteontem, a população de Silvares saiu à rua para contestar o fecho do balcão local agendado para 2 de maio. Já em Almeida parece ter sido encontrada uma solução de compromisso, no âmbito da qual a agência não vai encerrar portas mas ficará agregada a outra dependência. A alternativa foi apresentada numa reunião entre o presidente da Câmara e o administrador da rede de agências da Caixa.