A aldeia de Cidadelhe, no concelho de Pinhel, vai comemorar, no sábado, os 300 anos do Pálio. Durante as comemorações será apresentado um estudo sobre a peça, haverá ainda uma procissão e a inauguração da ampliação do cemitério. «Ir a Cidadelhe e não ver o pálio, seria o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa». Foi assim que Saramago se referiu ao maior segredo de Cidadelhe, que ainda permanece guardado a sete chaves. A relíquia é de veludo carmesim e tem a inscrição “Cidadelhe 1707” bordada a ouro. Na aldeia ninguém se dispõe a falar sobre o paradeiro do místico pálio. A peça de valor incalculável completa agora 300 anos de história e continua a ser guardada pela população e afastada dos olhares curiosos dos visitantes. O famoso pálio só sai à rua duas vezes por ano, uma pela Páscoa e outra no dia do Corpo de Deus. Reza a história que durante o resto do ano o “tesouro” da aldeia anda de casa em casa, onde permanece durante duas ou mais semanas e nunca ninguém sabe ao certo onde se encontra.